INSTITUTO HISTÓRICO E CULTURAL DI MÉDICI

Oficialmente o ano começou no dia 1º de janeiro com uma grande festa na noite anterior em comemoração ao novo ciclo, festa para todos os gostos e bolsos, juras de amor eterno, promessas de dietas, de musculação, de parar de beber estando com o copo cheio na mão, tem todo tipo de coisa no Réveillon.

Mas desde pequeno, isso já faz algum tempinho, que ouço que o ano só começa depois do carnaval. Era confuso isso na minha cabecinha, mas fui começando a entender ao passar do tempo. Morando em Salvador, onde tudo é motivo ou desculpa para uma festa, entre o primeiro dia do ano até o carnaval há dezenas de ensaios pré-carnaval, lavagem de becos, shows, bailes, feijoadas, festa de largo, procissões, uma intensa agenda de festas a cumprir em um curto período, tendo seu ápice em seis dias de carnaval, onde um milhão de pessoas ou mais estão nas ruas “dançando, dançando” , “largadinho, largadinho” . Na quarta-feira de cinzas ainda tem o arrastão do Madeirada, na sexta e no sábado a nova e já tradicional ressaca do carnaval.

Hoje todo mundo acorda ressaqueado, pega uma praia pra rebater pois o ano começa hoje, primeiro dia da semana, dia de missa, de culto, de louvor, adoração, dependendo do credo religioso, dia para a família, descanso, do Faustão (devia ser proibido assistir esse programa) e no fim do dia a vinheta do Fantástico anuncia que amanha é “Dia de Branco”. Vou pesquisas se essa expressão é baiana ou já se expandiu como o axé e relato depois.

Gostei tanto de ouvir essa musica nesses últimos dias, tão nostlgica.

Uma questão bastante discutida nas sociedades micronacionais monárquicas é a necessidade de um Moderador forte, de pulso firme para coordenar as ações de seus súditos, há um certo orgulho da figura do “paizão”, que tudo sabe, tudo pode e tudo faz.

Creio que essa idéia já caiu no desuso, pois há uma necessidade de instituições fortes e não de um pulso forte, a grande questão é que para construção de instituições forte é necessário ter uma população amadurecida na prática micronacional. Essa maturidade não estar relacionada diretamente ao tempo de vida micronacional, mas na capacidade de cognição do que é o micromundo, de como interagir com ele, de como poder intervir positivamente em suas falhas e melhorar o ambiente em qual estar inserido.

Cada um tem uma receita ineficaz para essa equação, pois refletimos baseados em nossos próprios conceitos, ignorando o outro, desprezando a pluralidade e a criatividade alheia, por isso em um ciclo vicioso assistimos como fogos de artifícios a criação de novos projetos micronacionais. Como fogos de artifícios provocam no primeiro momento um grande brilho, mas estão fadados ao desgaste do tempo.

Não tenho mais receitas, mas acredito que uma sociedade madura, plural e harmoniosa é um ambiente propicio para uma “nova onda” micro, será necessária a quebra de vários paradigmas, renuncia dos velhos conceitos e tradições tão arraigados nos mais antigos, para a concepção de novos modelos produtivos, participativos e prazerosos, como era o hobby para nós há dez anos.

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Interessante esta reflexão.
É o que venho, não só eu, mas alguns outros coirmãos que falta-nos maturidade e conhecimento do que verdadeiramente fazemos e somos.