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Caverna Filosófica Night Pub
- S.G.Fabricius Mouton Bionaz (lodete40)
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S. G. Fabricius Mouton Bionaz
Conde de Vittorio Vêneto
Grão-Cavaleiro da Ordem de Atividade Micronacional
Cavaleiro da Honorável Ordem da Estrela de Alberto
Cavaleiro da Ordem de Atividade Micronacional
Cavaleiro da Ordem Suprema de Cristo
Filho do Principe de Treviso
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Comandante della Guardia Italiana
Presidente do ICVB
Prefeito da Comuna de Rabat
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- Miguel Aldobrandeschi (MiguelSobrinho)
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Eu tenho na família uma prima lésbica (na verdade é prima da minha esposa, mas quando casei eu passei a considerar como minha família também). Gosto muito dela, temos uma afinidade muito legal, apesar de morarmos longe. E ela sempre faz postagens sobre a luta contra a homofobia e eu curtia, até viajei pra ir no casamento dela... eu realmente achava que não cometia nenhum tipo de preconceito.
Um certo dia, eu compartilhei um vídeo no face. Não lembro hoje de qual talkshow era o vídeo, nem quem falava, nem de onde... mas, resumidamente, o vídeo trazia uma pessoa que dava uma opinião sobre algo como respeitar os direitos dos homossexuais, reconhecendo que eles total direito de ser o que quiser, mesmo achando que a homossexualidade não era uma coisa correta. E era meu pensamento na época. Eu achava que não havia nada errado com isso, pois achava que ia na linha daquela famosa frase "“Eu discordo do que você diz (ou faz), mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-lo (fazê-lo)”
Aí essa minha prima respondeu a postagem falando que não aguentava mais esse tipos de preconceitos velados. E eu achei um absurdo, pois não me considerava mesmo preconceituoso. E após um longo debate, ela me fez um questionamento que não esqueço até hoje. Ela me perguntou o seguinte:
- Você escolheu se apaixonar pela sua esposa?
- Não.. essas coisas não se escolhe, apenas sente (eu disse)
- Então... com a gente é a mesma coisa. A gente não escolhe ser lésbica. A gente sente.
E acabou totalmente os meus argumentos. Aí eu vi que quando vejo a homossexualidade como uma simples escolha (como alguém que escolhe um time, ou uma ideologia ou uma religião), eu não entendo totalmente essa questão e passo a tratar a pessoa com certo preconceito, achando que ela escolheu ser homossexual por rebeldia, modismo ou qualquer outro motivo, e não vejo que isso é muito mais profundo.
Talvez eu ainda seja preconceituoso em algum momento. De repente em alguma linha dessa postagem eu tenha cometido preconceito sem saber. Mas depois dessa conversa mudou totalmente minha visão sobre essa questão, to procurando aprender e compreender mais os outros e acabo me policiando um pouco mais pra evitar magoar alguém. E acho que é isso que falta as pessoas, já que vivemos um momento em que pessoas soltam barbaridades disfarçadas de liberdade de expressão.
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- Líryan Umbria (liryan)
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Mas ai, acontece, muita coisa não é escolha, para muito além do gênero e da sexualidade, pois quando entendemos dimensões éticas e empáticas, não conseguimos mais retroceder a antes, ou, seja, não é uma escolha. Quando descobrimos, por exemplo, que racismo é uma coisa hedionda e o entendemos de fato em suas estruturas de crueldade, não conseguimos mais retroceder a isso, ou seja, as pessoas racistas se tornam inconvenientes, as piadas racistas se tornam insuportáveis. E a menos que diante de uma profunda hipocrisia, "não dá para escolher". E isso em várias outras escalas de construções sociais. Então se sequer isso, podem mesmo ser escolhas, o que vamos dizer da essência humana? Aliás isso me lembrou uma filósofa que não vou me lembrar o nome agora, mas ela fala num documentário "O belo e a consolação" onde ela faz uma analogia com a filosofia e algo como um progresso de jogo: a partir do momento que você "sobe de nível", de entendimento, de conhecimento, você não consegue mais retroceder ao estado de ignorância de antes. Passou de nível, foi... Não dá mais para apagar e voltar.
Eu não lido com "natureza humana", estou falando essência numa abordagem sartreana. Mas é aquilo, acontece, e, não tem como retroceder, não dá para ignorar... E se você se força ao oposto, olha a dimensão de violência que isso é. E em função de quê? E há muitas analogias sobre isso, muitas relações com "cogito", verdades auto evidentes, essência, até a fé, inclusive. No fim das contas a gente não escolhe nem da cor que gosta, pois é um conjunto de afinidades que se ligam entre o racional e emocional que te despertam uma centelha estética e dá lá "seu gosto" e pronto, tem sua cor preferida. Mas não foi uma escolha sua, foi um conjunto de questões que, dentre todas as infinitas cores, algumas você gosta mais em detrimento de outras.
Claro que também não estou falando aqui do humano profundamente coisificado né? Unidade de carbono produtora de dejetos orgânicos não vai muito longe do que rege sua programação. Mas se a gente vai falar de Ser, de humanidade, de racionalidade, de tudo que nos constrói humanos, o que se escolhe vai complicando muito ai... Talvez a gente até afunile a escolha sartreana entre o "vou fazer por mim e ser feliz" ou "vou fazer pelo sistema não importa a atrocidade". Ai vamos falar de escolhas que vão contrariar a essência - olha onde isso chegou... rs
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- Líryan Umbria (liryan)
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Aproveitando,
Miguel.
Sobre seu último parágrafo, o que há de mais importante em nós é justamente a abertura para nos percebermos preconceituosas. O que quero dizer com isso é o seguinte, eu, por exemplo, recebi uma educação para ser racista, homofóbica, e tudo o mais... E eu recebi uma educação muito direcionada a ser racista, sério! E a grande questão foi exatamente me perceber imersa nesta educação e com nuances racistas para buscar desconstruir isso em mim, e me posicionar hoje como mulher antirracista. Mas a estrutura de preconceitos, sendo uma construção social, é algo que estará em nós, não tem como. E ai, claro que como mulher branca, antirracista, eu preciso ter cuidados pois posso falar muita bobagem sobre racismo por mais que eu estude, seja empática, e tudo o mais. Então assim, é este o caminho: se perceber, para se modificar. Então, estar aberta à ter recebido educações construtoras de preconceitos é o primeiro passo para sair uma autocrítica e disso construção de melhores posturas sociais.
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- S.A. Augusto Aldobrandeshi (Veruna2009)
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