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Mensagens de Paz
- Julio Cesar Julio Cesar Januzzi Logos (Julio_Cesar)
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liryan escreveu: Vou perguntar uma única vez e peço que tenha muita responsabilidade na resposta: você quer mesmo que eu inicie esta guerra?
SIIIIIIMMMMMMMM
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Sobre a situação da segregação, que eu citei, vou começar por isso. Há alguns anos li uma reportagem que falava sobre como o convívio de múltiplas culturas não deu muito certo na Europa. Coincidência ou não, isso surgiu quando se começou a ter uma maior presença de povos muçulmanos (em razão da posição de suas religiões e do impacto que tem a atitude de grupos terroristas). Claro que aqui realizo uma generalização planejada, justamente para poder falar da “coisa em si”. Não estou falando que todo muçulmano é ruim, não estou falando que todos são terroristas. Não é este o ponto, o ponto é a dificuldade de misturar culturas quando, algumas nelas, possuem ou apresentam uma abordagem “de domínio”.
Pois bem, isso é para ilustrar, a reportagem não nos interessa mais que isso, nem a sociedade Europeia. Falemos do Brasil. Aqui temos uma cultura que surge em pilares muito bem definidos e que eram mais “visíveis” nos anos oitenta, e antes deles. Que é uma interpretação muito específica do cristianismo católico, que vem junto a uma cultura de predominação do homem sobre a mulher, e tudo o mais. O nome desta cultura é “machismo”. E o machismo é uma cultura que não admite coexistência. Aqui é que temos um ponto interessante: existem culturas que admitem coexistência, existem culturas que não admitem. O nazismo, por exemplo, é uma cultura que não admite coexistência, ele precisa dominar e eliminar tudo que lhe é diferente para existir. A mesma coisa para o machismo, ele não admite coexistência, ele precisa dominar, controlar, impor...
Vou dar um exemplo polêmico: a questão do aborto. O que é a questão do aborto? De uma forma simples e enxuta. De uma forma simples e enxuta, a proibição do aborto (em nossa cultura) nada mais é que a imposição de um pensamento moral a todos aqueles pertencentes a uma sociedade. Quando se fala em permitir o aborto em momento algum se fala em obrigar o aborto. Quando se fala em permitir o aborto, apenas se fala em dar permissão para que aquelas pessoas que não partilham da moral “x” tomem suas decisões. Só! Mas ai começa, o grupo que quer manter o domínio moral imposto sobre todos, lhes privando a liberdade de outras crenças e o exercício de outras formas morais, começa uma série de argumentos baseados, todos eles, na própria moral. Ai começa o “blablabla”, tentam espremer algo da constituição, falam da própria moral como se não falassem dela, falam que é “senso comum”, argumentam que é “maioria”... Uma série de coisas que, nada mais é que o exercício de tentar, a qualquer custo, manter uma moral “x” sobre todas as demais, as dominando, as estrangulando.
Entramos neste ponto na situação da hipocrisia, todo mundo sabe que quem tem dinheiro aborta, quem não tem, sofre. Todo mundo vê que quem mais declara e discursa contra o aborto são homens (complicado isso, pois eles não sofrem qualquer tipo de transtorno com gravidez, não sofrem riscos, não sofrem consequências diretas, uma gravidez por estupro... ou seja, muito simples impor ao outro o que nunca acontecerá contigo), os grupos religiosos que tendem a se posicionar fortemente contra o aborto são os mesmos envolvidos em situações que agravam o risco de vida de mulheres, trans, gays, lésbicas... Pois aqui surge outro viés: o amontoado de células (e é o que é nos primeiros meses) é uma vida maravilhosa que não pode ser prejudicada, mas o gay pode ser espancado, a lésbica pode ser violentada para “aprender a ser mulher”, a trans ou o trans é um “dejeto humano” com o qual pode-se fazer qualquer coisa... O negro pode ser escravizado, o índio pode ser queimado, pode ter suas crenças corrompidas, pode ser marginalizado... Então, que preocupação é esta com a vida? A argumentação para defender é sempre a mesma: não assumem participar da construção destas violências mas, em quem votam? Que atmosfera sustentam? (pois a atmosfera que um ídolo cria é mais importante que o ídolo em si – vide exemplo do Trump) Que vínculo dão à crença e ao Estado? Quem colocam no poder? Isso em si desconstrói as desculpas.
Voltamos ao machismo, tudo isso que disse é parte da construção da cultura do machismo, como disse, o machismo é uma cultura que não convive com outras, ela precisa dominar e extinguir para existir. Voltamos ao tema inicial, a questão da segregação pois, como existir culturalmente sem segregar-se de culturas que não querem coexistência cultural?
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- Julio Cesar Julio Cesar Januzzi Logos (Julio_Cesar)
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Quanto a mistura de cultura sem segregar realmente eu acredito que precisa-se para tal por em pratica a máxima fazer ao outro o que desejaria que fizesse ao você. Mas para tal é preciso se colocar na mesma situação e não criar hipóteses.
Acho que dei uns tirinhos rsrsrsrs.
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- Líryan Umbria (liryan)
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Porém, entre todas estas culturas existentes existem (basicamente) dois pontos “distantes”. Sendo eles: as culturas que querem existir e, as culturas que querem dominar. As culturas que querem existir, elas apenas querem existir, construir seu espaço, se manifestar... E por isso surgem já com uma abordagem de aceitação das culturas que lhes são diferentes. Do outro lado existem as culturas que querem dominar, a estas não bastam existir, elas precisam dominar e controlar a existência de outras culturas. Aqui surgem os movimentos de sustentação de imposição cultural/moral a todos os demais.
Historicamente as culturas de domínio são as que vão buscar impor suas crenças, sua moral, sua estruturação cultural e tendem a não aceitar nada que lhe seja diferente. Seja o diferente outra cultura de domínio seja uma cultura de existência. O que é então necessário? A meu ver, responder a pergunta: como transformar uma cultura de domínio em uma cultura de existência? Como fazer com que uma pessoa inserida em uma cultura de domínio se veja como tal para transformar-se em uma pessoa inserida em uma cultura de existência?
Pois a existência é natural e aceita o plural, enquanto o domínio é naturalmente do singular. A dificuldade vai surgir pois, geralmente, assim como o machista não se vê machista, o homofóbico não se vê homofóbico, o fundamentalista não se vê fundamentalista, o racista não se vê racista... o dominador não se vê dominador, ele apenas se vê “correto”, ou, inserido em uma “maioria” e, portanto, se vê justificado de seus atos.
Então fica a pergunta: como transformar as culturas de domínio em culturas de existência? Especialmente por elas não estarem interessadas em conviver, elas estão interessadas em dominar e controlar. E assim são as pessoas envolvidas nelas: querem dominar e controlar. Buscam uma escapatória “moral” na falácia de que “aceitam todos” mas, somente em uma perspectiva de controle deste “todos” e somente se estes “todos” não lhes incomodarem. Que é basicamente um fenômeno que vemos no Brasil: ninguém é machista, ninguém é racista, ninguém é homofóbico... as pessoas apenas não gostam de gays, mulheres, negros... e desde que estas pessoas não tenham direitos, não apareçam nos shoppings, não manifestem sua cultura... tudo está ótimo! E quando surge o caos? Quando grupos de culturas de existência apresentam sua existência. Pois ai incomodam, pois passam a ser conhecidos. Coisa que começou a acontecer no Brasil a partir do fim dos anos noventa (eu creio).
Aqui fica a pergunta final: como construir o coexistir?
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