[Estudo] Livro Nosso Lar - André Luiz

Mas se perceber eu não usei a religião em mim resposta, eu comecei com ela mas depois conclui apresentando que o pior caminho é o suicídio diante da própria filosofia e ciência.

Mas, é um "pior caminho" a partir de sua perspectiva! É exatamente disso que estou falando. Assuntos como suicídio são aqueles que só podem vir do Ser para si mesmo, ou seja, para você o suicídio pode ser o pior caminho. Mas esta sua opinião não pode ir aos demais.

É onde se encontra o cerne do que digo, de regular o outro a partir de si. Existem questões que só podem ser do Ser para si mesmo. Esta é uma delas, pois a partir do momento que você extrapola para o outro você passa a regulá-lo a partir de si.

A reflexão aqui não é sobre suicídio em si e sim sobre até que ponto nós regulamos o outro sem nos dar conta de que estamos fazendo isso. É preciso uma reflexão sobre isso para termos a consciência de que, para alguns assuntos, particulares do Ser, por ética, temos que estar cientes de que o impacto de nossa opinião se dará para nós e que não podemos buscar leis que impeçam o outro. Pois estaríamos o regulando a partir de nós.

Não, não é isso que estou te falando, o que eu digo é que se suicidar não vai trazer beneficio algum nem para o individuo nem para a sociedade. Já se o ser busca enfrentar as adversidades ele pode pelo menos ajudar a sociedade a resolver um problema.

Júlio,

Você continua a regular ao outro a partir de si, e, ao que parece, sem perceber. Quando você fala " o que eu digo é que se suicidar não vai trazer beneficio algum nem para o individuo nem para a sociedade." fica claro que, para você, para o Júlio, segundo o julgamento do Júlio, o fulano "x" se matar não trará benefício algum para ele próprio (fulano x) e a sociedade. Aqui é que entra a reflexão, pois isso é o julgo do Júlio que não pode estar sobre o julgo do fulano "x".

Se para o Júlio, matar-se, não resolve o problema nem do Júlio e nem da sociedade, este pensamento só pode ser aplicado a um único "fulano", que é o Júlio. Ao fulano "x" só pode ser aplicado o pensamento do próprio fulano "x" que não terá obrigatoriamente que concordar com o pensamento de Júlio.

Veja bem, coloquei "Júlio" como uma terceira pessoa para tentar esclarecer que, o pensamento de Júlio sobre o suicídio apenas pode ser aplicado ao fulano Júlio, não podendo ser aplicado a qualquer outro fulano. Sob pena de entrarmos nos problemas que citei: o ético e o de interferir na liberdade do Ser enquanto Ser.

Nossa outra conversa me fez refleti muito aqui e realmente você tem muita razão, se Deus não nos tira o livre arbítrio quem somos nós para tirarmos o de alguém?

É muito bom te ver participando por aqui, fique de olho que o livro trará muitas outras noções de suicídio, coisas que nem eu imaginava e me chamou muito a atenção.