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[Estudo] Livro Nosso Lar - André Luiz
- Julio Cesar Julio Cesar Januzzi Logos (Julio_Cesar)
- Autor do Tópico
- Desconectado
- Muito Experiente II
Toda Sexta-Feira as 14:00 Hs
Olá caros amigos de doutrina.
Depois de uma grande pausa, vamos dando continuidade ao estudo do livro Nosso Lar, hoje passamos para o segundo capitulo, dando continuidade ao relato de André Luiz no mundo espiritual, por ser um capitulo extenso e para não deixar a leitura cansativa dividi o mesmo em duas partes.
Link para baixar o livro Nosso Lar
Pois bem iniciemos nosso estudo.
Prece Inicial:
Realize sua prece.
Que assim seja!
ÍNDICE
2 - Clarêncio 21
3 - A oração coletiva 26
4 - O médico espiritual 31
5 - Recebendo assistência 36
6 - Precioso aviso 41
7 - Explicações de Lísias 45
8 - Organização de serviços 50
9 - Problema de alimentação 54
10 - No bosque das águas 59
11 - Notícias do plano 64
12 - O Umbral 69
13 - No gabinete do ministro 74
14 - Elucidações de Clarêncio 80
15 - A visita materna 85
16 - Confidências 90
17 - Em casa de Lísias 95
18 - Amor, alimento das almas 100
19 - A jovem desencarnada 105
20 - Noções de lar 110
8
21 - Continuando a palestra 115
22 - O bônus-hora 120
23 - Saber ouvir 126
24 - O impressionante apelo 131
25 - Generoso alvitre 136
26 - Novas perspectivas 141
27 - O trabalho, enfim 146
28 - Em serviço 152
29 - A visão de Francisco 157
30 - Herança e eutanásia 162
31 - Vampiro 168
32 - Notícias de Veneranda 175
33 - Curiosas observações 180
34 - Com os recém-chegados do Umbral 185
35 - Encontro singular 190
36 - O sonho 195
37 - A preleção da ministra 200
38 - O caso Tobias 207
39 - Ouvindo a senhora Laura 214
40 - Quem semeia colherá 219
41 - Convocados à luta 225
42 - A palavra do Governador 231
43 - Em conversação 237
44 - As trevas 242
45 - No campo da música 247
46 - Sacrifício de mulher 253
47 - A volta de Laura 259
48 - Culto familiar 264
49 - Regressando à casa 270
50 - Cidadão de "Nosso Lar" 276
1 - CLARÊNCIO
"Suicida! Suicida! Criminoso! Infame!" - gritos assim, cercavam-me de todos os lados. Onde os sicários de coração empedernido? Por vezes, enxergava-os de relance, escorregadios na treva espessa e, quando meu desespero atingia o auge, atacava-os, mobilizando extremas energias. Em vão, porém, esmurrava o ar nos paroxismos da cólera. Gargalhadas sarcásticas feriam-me os ouvidos, enquanto os vultos negros desapareciam na sombra.
Para quem apelar? Torturava-me a fome, a sede me escaldava.
Comezinhos fenômenos da experiência material patenteavam-se-me aos olhos. Crescera-me a barba, a roupa começava a romper-se com os esforços da resistência, na região desconhecida. A circunstância mais dolorosa, no entanto, não é o terrível abandono a que me sentia votado, mas o assédio incessante de forças perversas que me assomavam nos caminhos ermos e obscuros. Irritavam-me, aniquilavam-me a possibilidade de concatenar idéias. Desejava ponderar maduramente a situação, esquadrinhar razões e estabelecer novas diretrizes ao pensamento, mas aquelas vozes, aqueles lamentos misturados de acusações nominais, desnorteavam-me irremediavelmente.
- Que buscas, infeliz! Aonde vais, suicida?
Tais objurgatórias, incessantemente repetidas, perturbavam-me o coração. Infeliz, sim; mas, suicida? - nunca! Essas increpações, a meu ver, não eram procedentes. Eu havia deixado o corpo físico a contragosto.
Recordava meu porfiado duelo com a morte. Ainda julgava ouvir os últimos pareceres médicos, enunciados na Casa de Saúde; lembrava a assistência desvelada que tivera, os curativos dolorosos que experimentara nos dias longos que se seguiram à delicada operação dos intestinos. Sentia, no curso dessas reminiscências, o contacto do termômetro, o pique desagradável da agulha de injeções e, por fim, a última cena que precedera o grande sono: minha esposa ainda jovem e os três filhos contemplando-me, no terror da eterna separação. Depois... o despertar na paisagem úmida e escura e a grande caminhada que parecia sem-fim.
Por que a pecha de suicídio, quando fora compelido a abandonar a casa, a família e o doce convívio dos meus? O homem mais forte conhecerá limites à resistência emocional. Firme e resoluto a princípio, comecei por entregar-me a longos períodos de desânimo, e, longe de prosseguir na fortaleza moral, por ignorar o próprio fim, senti que as lágrimas longamente represadas visitavam-me com mais freqüência, extravasando do coração.
Abro espaço para debate sobre o estudo.
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- Julio Cesar Julio Cesar Januzzi Logos (Julio_Cesar)
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"Depois... o despertar na paisagem úmida e escura e a grande caminhada que parecia sem-fim."
Até esse momento vemos o relato de André Luiz em um lugar sujo, escuro úmido, fétido, etc. Mas o que seria esse lugar?
Até o momento André Luiz se encontra no que nós espiritas denominamos de Umbral. O Umbral é erroneamente comparado com um tipo de purgatório, de inferno dos católicos.
Na verdade o umbral nada mais é que um lugar de depuração do espirito, podemos dizer de forma simplória que seria uma ducha que o espirito passa para se livrar de emoções humanas, ao se depurar começa a reconhecer seus erros e alcançar esferas superiores.
Ninguém vai para o Umbral por castigo.
A pessoa vai para o lugar que melhor se adapta à sua vibração espiritual. Quando deseja melhorar existe quem ajude. Quando não deseja melhorar fica no lugar em que escolheu. Todos que sofrem no Umbral um dia são resgatados por espíritos do bem e levados para tratamento para que melhorem e possam viver em planos de vibrações superiores. Existem muitos que ficam no Umbral por livre e espontânea vontade se aproveitando do poder e dos benefícios que acreditam ter em seus mundos.
Os espíritos que vivem no Umbral ainda estão ligados ao mundo material.
Muitos sequer compreendem que estão mortos e isto lhes gera grande agonia e sofrimento. Por acreditarem estar vivos continuam sentindo seus corpos e suas necessidades físicas. Sentem dor, sentem fome, sentem sede, sono etc. Muitos sofrem de doenças, ferimentos, mutilações ocorridas na morte ou em situações sinistras vividas no Umbral. A visão interna de um posto de socorro lembra um grande hospital. Os espíritos atendidos lembram monstros de um filme de terror. Se parecem realmente com mortos-vivos.
Acreditam que as pessoas que estão no Umbral só estão lá por merecimento:
E isto não deixa de ser verdade. Mas no lugar de ajudar estas pessoas, eles a maltratam por vingança e ódio pelo mal que cometeram enquanto estavam vivas. Somente quando estas pessoas se arrependem dos erros que cometem na Terra e esquecem os sentimentos negativos que ainda nutrem é que os espíritos mais elevados conseguem se aproximar para seu resgate.
E é exatamente por isso que André Luiz está passando, sendo assediado por outros espíritos, mas ele se encontra nesse lugar por sua própria vibração espiritual.
Importante aqui é ressaltar que o Umbral não é um lugar de punição, de castigo, onde a pessoa vai por que errou. Afinal todos nós erramos pois se não erramos não reencarnariamos na Terra.
Todos nós passamos pelo Umbral, o tempo que vamos permanecer por lá e o que iremos passar por lá dependerá de nosso grau de evolução.
Alguns espíritos nem percebem que passaram por lá, diante de tamanho grau de evolução.
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- Líryan Umbria (liryan)
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Neste momento estou pensando se há, na filosofia a possibilidade do suicídio, pois, e se já não houver vida a se abdicar? E o ato do então "suicídio" for nada menos que a abdicação do sofrimento? É uma situação interessante, não? Porque sempre que pensamos em suicídio pensamos em uma finalização da vida, mas precisamos considerar que a possibilidade do suicídio possa se dar a partir do reconhecimento do fim de uma vida que já se foi. Claro que cada caso é único, e que portanto o Ser estará participando disso, enquanto manifestação do desejo.
Atualmente, pela ciência, sabemos de meios que podem manter ativo o corpo, ainda morto já esteja o Ser. Se o Ser já se foi, já morreu, se ele já não mais existe, o fim das condições vitais, seria suicídio? E se chamarmos disso, não seria um direito de um Ser que não mais está ali e que, por algum motivo, se vê preso na existência. Ou em alguma forma dela.
Talvez, seja realmente impossível o suicídio enquanto abdicação da vida já que seria necessário o reconhecimento de não se ter mais vida para se pensar em suicídio. Ainda que, de forma aparente, exista algo visualmente "vivo". Mas, como em um ambiente onde o Ser já não mais se encontra. É um tema complexo!
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- Julio Cesar Julio Cesar Januzzi Logos (Julio_Cesar)
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Mas levando para o lado religioso, Deus nos dá a vida e sendo assim temos que valoriza-la.
Acho que mesmo tirando Deus desse entendimento podemos ver que o suicídio, tirar a própria vida, não é a melhor opção.
Tirando a parte mencionada de se manter o corpo vivo, em caso de uma morte cerebral por exemplo, não existe nada que valha a pena se suicidar, seguindo o raciocínio que você me ajudou a pensar e retirando o lado religioso não temos como saber se existe vida após a morte e assim sendo a unica certeza que se tem é do fim de jogo, o ser deixa de existir. Logo qualquer outra opção diante do sofrimento é melhor do que apertar o botão de desligar e ponto final, pois você não só deixou de sofrer mas deixou de existir, não foi pra lugar nenhum e só deixou de existir.
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- Líryan Umbria (liryan)
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Neste sentido, o outro perde sua individualidade e aquele que observa passa a tentar regular a partir de si mesmo. E isso não só é um grande problema filosófico, ontológico, como também é um "cerne" de inúmeros problemas vorazes da humanidade: como o racismo, o machismo, a homofobia, o fundamentalismo religioso e todos os crimes de ódio existentes. E o pensamento por trás disso vemos o tempo todo, quando alguém, por exemplo, defende a "soberania" do pensamento coletivo. Ou leva em consideração um entendimento de "voto majoritário" no que toca a vida particular, esta pessoa está, nada mais, que regulando o outro por si mesma.
Quando se entende uma moral religiosa, de uma religião 'x' e a sobrepõe ao outro, a questão do aborto por exemplo, se está a regular todos e de todas as religiões a partir da moral da religião 'x'. Quando pensamos que "tirar a vida não é a melhor opção" estamos novamente regulando o outro à nossa visão de vida! Ou seja, podemos dizer para nós. Mas se aplicamos ao outro passamos a regular o Ser dele a partir do nosso Ser, ignorando o que aquele ser passa ou vive ou se é que ainda vive, e assim impondo a ele o que desemos para nós na condição que estamos. Não é a condição dele, não é o desejo dele... Aqui está um grande problema pois se regula o outro a partir de si. É onde começa um complexo problema ético.
Aqui surge a necessidade de refletirmos sobre: podemos regular a nós mesmos a partir de nossos entendimentos e experiências, mas não o outro. Qualquer coisa diferente disso começa a conflitar profundamente com a ética, com o problema do Ser enquanto Ser, da possibilidade do Ser enquanto existente... E vai se aprofundando em problemas de "regulação do outro" que vão culminar em tudo o que se odeia na humanidade. E este assunto, talvez, mais que todos os outros, carece de profunda reflexão. Não se pode regular o outro a partir de si.
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