A/C DOS EMPRESÁRIOS DO REINO

Yuri,

A empresa é sua, o projeto é seu. Adeque a adega ao seu tempo. Ou seja, nem que seja periodicidade mensal, mantenha-na ativa.

Boa sorte!

Carissímo amigo,

Recebi um informe, via email, da coluna de vinhos do jornalista Renato Machado no site www.cbn.com.br , e tomo a liberdade de repassar neste forum, a a fim de mera informação:

Toques de perfume
Os consumidores distraídos podem se deixar levar logo no início por aromas florais nos vinhos brancos, que devem agradar a maioria ou, pelo menos, as mulheres que se prepararam para o jantar e se perfumaram. Os produtores de brancos são sensíveis a essas ideias de encanto e adicionam uvas aromáticas, em porções pequenas, para dar um toque extra. Em Bordeaux, se faz muito isso nos brancos com a adição da muscadelle, uva adocicada comum sob diversos outros nomes no sul da Europa e por todo o Mediterrâneo. Esse aroma não pode prevalecer nos vinhos brancos frescos modernos.

Vinhos do amor

Teve muita repercussão nos e-mails e no site a conversa que eu e Sardenberg tivemos sobre os vinhos macios de que as mulheres gostariam e que seriam uma boa indicação para enamorados. Sugeri tintos elaborados, com toques de veludo, aquilo que os conhecedores chamam de taninos já maduros. Como se tratava de um coração arrebatado (o do ouvinte, presumo), disposto a grandes gestos, os vinhos escolhidos ultrapassaram a marca do bom senso financeiro. E aqui posso fazer um reparo. O italiano sugerido, um brunello famoso, poderia ser substituído por um supertoscano. Menos rugoso, mais suave.

Supertoscanos?

Mas não estariam eles, os supertoscanos, sendo desmerecidos pelos conhecedores e pelos próprios produtores da Itália? Não é bem assim. Uma coisa são as revistas de vinho, os críticos, os enófilos, toda essa turma que nós do ramo somos obrigados a conhecer. Outra é o mercado, que lentamente vai ditando as suas regras. Os merlots e cabernets-sauvignons da Toscana perderam o charme que tiveram na década de 90, mas ainda estão lá, soberbos nos catálogos, o Sassicaia, o Solaia, o Ornelaia, o Messorio de Le Macchiole, o Redigafl de Tua Rita e outras preciosidades.

Carmenère
Essa uva hoje chilena nasceu e foi criada em Bordeaux há mais de 200 anos. Era cultivada junto com a malbec e outras variedades locais, que os bordaleses sequer sabiam diferenciar. Com a praga do fim do século 19, a philloxera, um pulgão que assolou todos os vinhedos da Europa (com pouquíssimas exceções), a malbec (também chamada côt) e a carmenére foram erradicadas, junto com as merlots e as cabernets-sauvignons da época. A carmenère foi redescoberta em 1994 no Chile (onde há outras uvas francesas daquela época ainda não recultivadas), com sucesso reconhecido.

Carmenère 2

É uma variedade de merlot, dizem os analistas de ampelografia (a ciência que estuda as vinhas a partir da árvore e da folha). Foi Felipe de Solminiac e seu enólogo francês quem a redescobriu nos vales chilenos, perto de sua propriedade, a Viña Aquitania, mais ao sul. E a partir daí ela foi replantada em vales ao norte. Os franceses e ingleses que participaram de degustações onde estive presente não a distinguiram das merlots que fazem outros vinhos chilenos. Mas os produtores dedicaram a ela um cuidado especial em regiões mais aquecidas, longe da umidade, e dela fizeram vinhos de classe.

Caros cidadãos,

Agradeço por todos os conselhos, procurarei nesse tempo organizar-me melhor para essa função.

Grato