Caverna Filosófica Night Pub

Eu disse na minha postagem, sua concepção de progressão e evolução são diferentes da minha.

porém se para você, evolução social é uma questão de chegarmos a um nível bom, de igualdade e etc, ai sim pode ficar difícil aceitar a ideia

(...) que proponho.

Podemos mudar os assuntos e tentarmos definir profundamente os significado das expressões.

A forma como eu avalio os termos possibilita uma observação mais profunda, me isenta dos dificultadores, mas possibilita resultados mais dinâmicos, portanto, me exclui de uma posição pessimista que me prenda na estagnação. Não que ocorra com V.A, mas é um ponto que tento evitar.

Julio,

É um tanto no caminho da utopia, sim. Consideremos a humanidade como um todo, vamos simplificar e assumir que, a única coisa comum à toda humanidade, desde seu surgimento, é sua "brutalidade bestial". Ou seja, vamos considerar que o único fenômeno reproduzido em qualquer sociedade humana, em qualquer tempo histórico, independente da cultura ou posição geográfica, que nunca mudou, foi a propensão da humanidade em cometer atitudes hediondas. Como exemplos mais leves podemos citar o assassinato (matar sem ser em defesa própria ou para se alimentar), a escravidão, tráfico de pessoas.

Vamos tentar então visualizar estas coisas, que inegavelmente, aconteceram em todas as culturas antigas, mesmo separadas por oceanos, e continuam acontecendo até então. Neste sentido esta é uma "característica indissociável" da humanidade. É triste mas é um "cerne" da humanidade. Pois algumas culturas desenvolveram a matemática, outras a arquitetura, outras a filosofia... Mas as atrocidades estão presentes, exatamente como iguais, em todas as culturas. Então, se "amanhã" isso for superado, o que entendemos como humanidade hoje, vai ter se tornado outra coisa. Ou seja, terá evoluído.

Sobre o homem acho um exemplo mais difícil de trabalhar, pois vamos ter que pensar em identificar primeiro o homem "ontológico" o que o designa como homem e ver esta mudança no sentido de evolução. E neste aspecto ontológico, pessoal, íntimo, também, geralmente, se tem progresso e não evolução propriamente. A dificuldade é: encontrar o que era inseparável daquele indivíduo, formando-o como tal, e de um momento para o outro, "sumiu" deixando outro indivíduo no lugar.

E o exemplo do aluno é um exemplo de progresso.

Trazer este assunto evolutivo para a esfera individual me parece mais complicado de trabalhar. Talvez com um exemplo "trans" poderíamos conseguir construir alguma exemplificação, mas de qualquer maneira também reduz o assunto ao indivíduo. Mas ai entra um ponto, ainda que consideremos um individuo que evoluiu, se ele está imergido em uma sociedade que apenas progride, este individuo se tornará, grosso modo, um peixe no oceano. O que é um peixe no oceano? Que diferença faz um peixe em um oceano?

A importância é mesmo num sentido social, de humanidade em um sentido geral.

Hoje vi esta tirinha no "Face", e lá, parece que a derrubaram ou censuraram, deixo-a aqui como um comentário.



Em todas as eras, em todos os tempos, todas as décadas, "Jesus" "ressuscita" entre nós. Obviamente não aquele judeu que há mais de dois mil anos, saiu por ai estudando com os filisteus e depois, ao retornar para sua cidade, empenhou-se em uma luta política, sociológica e filosófica para igualar pessoas e classes sociais.

O que ressurge, que "ressuscita", sempre e sempre, é o ideal, a ideia, que brota em todo tipo de gente, em gente de toda cor, em pessoas de todo gênero, em gêneros de todas as cores... O princípio da aceitação do outro como ele é, a luta por igualdade verdadeira, a briga com "faca nos dentes" contra a exploração do próximo e a sustentação de benefícios por uma minoria elitizada.

Jesus de Nazaré, aquele cara, homem, humano... Não vai voltar! Ele morreu, sério. O que sempre retorna, o que está entre nós, sempre e sempre é o "Cristo", ou seja, a ideia principal por trás do homem. Neste sentido, ser "cristão" (me perdoem meus amigos cristãos daqui) não tem nada com ir a esta ou aquela igreja, ler esta ou aquela versão da bíblia... Ser "cristão" está relacionado, diretamente, com o princípio da aceitação da igualdade entre todos os integrantes de uma comunidade. E a luta por isso.

Quem luta por isso? Quem, acima de dogmas e morais religiosas (pois lembremos que Jesus precisou romper com as do judaísmo) se coloca em direção à luta por igualdade? São estas as pessoas que hoje, renasceram com "Cristo", ou, que nutrem o princípio da ideia que caracteriza esta titulação. E assim como Jesus, que foi crucificado (pena criminal comum aplicável na época) estas pessoas hoje, estes "cristos" de hoje, que lutam por igualdade, continuam sendo "crucificadas", continuam sendo marginalizadas, continuam sendo assassinadas em uma sociedade ainda regida por uma minoria que quer, a qualquer custo, manter seus benefícios, seus privilégios.

É por isso que, acreditasse eu em vida após a morte, mandaria para Jesus a seguinte mensagem: a luta continua, companheiro!

Não sei se me é permitido colocar uma visão espírita aqui mas já colocando, é bem a ausência de dogmas e ritos que me chamou atenção no espiritismo, Kardec não disse fora do espiritismo não há salvação e sim fora da caridade, e por caridade se entende Benevolência para com todos, indulgencia as imperfeições alheias e perdão. Definição que se iguala muito ao que colocou nosso grande amigo Liryan. Ser cristão é viver sempre ao ensinamentos do cristo, vivenciar e não só ficar pregando o que é certo e o que é errado. Assim também disse Kardec; "Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral, e pelos esforços que faz para domar as suas más inclinações", veja que ele não disse que se reconhece o verdadeiro espírita como aquele que é assíduo a um centro espírita ou que vive estudando, mas sim aquele que coloca em pratica aquilo que aprende.

Concordo em numero gênero e grau no que nosso amigo disse, A LUTA CONTINUA.

Sempre muito bem vindas suas colocações Júlio!

Esta postura de vincular o espiritismo à prática efetiva também sempre me atraiu, tendo sido, inclusive, o que me fez começar a estudar o espiritismo. Esta posição de prática sempre me atraiu, e a conheci primeiramente no Budismo, religião com a qual eu talvez me identifique mais. Depois vi na yoga, e no tantrismo... E fui vendo que, na verdade, toda religião que vim a conhecer possui esta postura prática.

Mas infelizmente muitas e muitas pessoas conduzem o religioso ao caminho contrário a isso. Quando o foco centraliza na "crença pela crença" e tem na "crença pela crença" a salvação total, passa a existir um distanciamento da prática religiosa, pois crer e praticar são aspectos distintos. A meu ver, pelo menos.