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Caverna Filosófica Night Pub
- Líryan Umbria (liryan)
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Trata-se de um documentário independente Argentino, de 2012, e que não busca apontar soluções ou dar respostas prontas para o modelo educacional atual e sim questioná-lo, apresentar paralelos históricos para os questionamentos e tecer uma crítica ao papel da educação nos dias de hoje e o que esta educação realiza.
Recomendo fortemente!
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- Marlon Bionaz (marlon)
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- Cesare (Cesare)
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- Líryan Umbria (liryan)
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Fico muito grata pela postagem Marlon! Aliás, em meio ao que vimos no AAH (e que me motivou a escrever o texto que colocarei em seguida) me lembrou a ocasião em que o Abujamra entrevistou um religioso que pretendia sempre justificar todo o seu conhecimento e toda a sua opinião e sua postura (bastante agressiva para com os demais) a partir da crença em Deus. E o Abujamra olhava para a câmera, rindo daquilo, e perguntava "você já havia se imaginado conhecendo alguém assim?".
Aliás, Marlon, o Abujamra sempre tinha perguntas que ele sempre repetia em seus programas, se topar, que tal uma entrevista sobre elas a ser postada aqui no Caverna? Como você me fecundou esta ideia pode ser o primeiro a participar do parto dela
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- Líryan Umbria (liryan)
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Um convite à reflexão
Quanto vale uma opinião? Ou, de melhor maneira, quanto vale a minha opinião? É claro que estas perguntas levam, de imediato, a um outro questionamento, lógico, que será: sobre o quê? Toda opinião versa sobre alguma coisa em específico, e versar sobre qualquer coisa requer, como um mínimo de honestidade intelectual, conhecer a coisa em si. Ainda, há uma consideração: ser livre para emitir opinião sobre tudo difere de ter competência em emitir opinião sobre algo. Se livre para emitir opinião é apenas a liberdade que todos devemos ter para falar bobagens. Ter competência para emitir uma opinião válida sobre algo, requer muito mais, mas participará da liberdade de opinião.
Neste caminho, a pergunta inicial precisa ser completada, então precisamos pensar em “quanto vale a minha opinião sobre...?” E ai sim, temos um início. Posso me questionar, por exemplo, “quanto vale a minha opinião sobre que melhor método de tratamento deve ser aplicado a um tipo específico de câncer?”. Quimioterapia? Radioterapia? Cirurgia? Mas, onde entra a honestidade intelectual, qualquer que seja a resposta seria apenas a minha liberdade em falar bobagens. Afinal, sei sobre o câncer o quanto um oncologista sabe sobre o ensino de Filosofia no sexto ano. Em resumo, nada!
A isso se interliga um problema cultural que escapa à honestidade intelectual: a crença de se ter uma área de conhecimento mais importante que a outra e por isso, determinar por ‘achismo’ que o profissional de uma área tem condições de opinar sobre outra. Em síntese, culturalmente, o povo tende a conceber que um oncologista (por estar num determinado patamar sócio-cultural) tem condições de emitir opinião válida sobre educação. Sendo que o inverso não é válido, o professor (também por estar num determinado patamar sócio-cultural) não teria condições de emitir opinião válida sobre o método de tratamento de uma forma do câncer.
Claro que, para sustentar esta cultura, se faz necessária uma grande dose de desonestidade intelectual, pois se precisara crer que, um determinado “status quo” da sociedade teria aval para opinar de forma legítima sobre tudo, especialmente sobre os assuntos que desconhece.
Ainda, primando pela honestidade intelectual, precisamos perceber que, ainda dentro de nossos “assuntos de domínio” ou seja, o que realmente conhecemos – e acreditem, por mais erudito que um indivídio possa ser, é bem pouca coisa – existirá um leque de “graduação da opinião”. Em miúdos: o que sei sobre o estudo de filosofia para o sexto ano? Certamente muito mais do que sabe um advogado, porém, certamente menos que um outro professor que possua mais estudo, mais bagagem, mais experiência! Pois ai poderíamos fragmentar: “o que sei sobre o ensino de filosofia para o sexto ano na região Norte?”, ou “..., na região Sul?”.
O valor de toda opinião deve ser, antes, medido! Considerado e precisado... O que permite a emissão de uma opinião válida e mesmo uma bobagem é o mesmo princípio: liberdade de expressar-se. A honestidade intelectual entra como a capacidade do indivíduo perceber o quanto ele não sabe sobre um assunto a respeito do qual emite uma opinião, o que fará com que esta opinião seja ou bobagem ou válida. Até aqui, tudo muito simples, lógico e claro.
Mas há o problema da dificuldade em separar bobagem de opinião válida, ou, num “jargão filosófico”, separar as falácias das verdades. Isso pois, há aquela cultura do “status quo”. Sócrates, certa ocasião, afirmou algo como “só sei que nada sei”, e muitas pessoas interpretam isso assim, fora de contexto, como uma “máxima da humildade”. Não é! O contexto é que Sócrates, em sua honestidade intelectual, ao interpelar pessoas de todo tipo, envolvidas em todas as profissões, percebeu que ele nada sabia das profissões e dos conhecimentos daquelas pessoas, e que, ao ver que elas pretendiam saber mais que realmente sabiam, percebeu que ele errava menos. Como diria um falecido conhecido meu, “achar é pior que não saber”, porquê se você simplesmente é honesto o suficiente para assumir que “não sabe” sobre qualquer coisa, há a possibilidade de “parar por ai”. Enquanto “achar” é um meio bastante eficiente de propagar um erro até que ele tome proporções homéricas!
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