Grupo Espirita Jesus de Tomé

. Deus é um ser distinto, ou será, como opinam alguns, a resultante de todas as forças e de todas as inteligências do Universo reunidas?

“Se fosse assim, Deus não existiria, porquanto seria efeito e não causa. Ele não pode ser ao
mesmo tempo uma e outra coisa. Deus existe. Disso não podeis duvidar e é o essencial. Crede-me, não vades além. Não vos percais num labirinto donde não lograríeis sair. Isso não vos tornaria melhores, antes um pouco mais orgulhosos, pois que acreditaríeis saber, quando na realidade nada saberíeis. Deixai, conseguintemente, de lado todos esses sistemas. Tendes bastantes coisas
que vos tocam mais de perto, a começar por vós mesmos. Estudai as vossas próprias imperfeições, a fim de vos libertardes delas, o que será mais útil do que pretenderdes penetrar no que é
impenetrável”.
(Não se deve perder tempo com coisas inimagináveis. Deus é o criador e TUDO é Sua criação, e isso basta por
enquanto, é o que podemos entender! Na nossa impossibilidade de entender a localização de Deus dentro do
todo, acabamos criando, por orgulho, teorias deste tipo e que são tão estúpidas quanto a negação de um Criador.)
. Que se deve pensar da opinião segundo a qual todos os corpos da Natureza, todos os seres,
todos os globos do Universo seriam partes da Divindade e constituiriam, em conjunto, a própria
Divindade, ou, por outra, que se deve pensar da doutrina panteísta?

“Não podendo fazer-se Deus, o humano quer ao menos ser uma parte de Deus”.
(Excluso o modo do Panteísmo, podemos entender que a “substância” de Deus se encontra em TUDO. Porém,
como isto não nos esclarece melhor... É melhor, e mais útil, nos dedicarmos a estudar as partes que compõem
o humano, isto é, a nós mesmos!)
16. Pretendem os que professam esta doutrina achar nela a demonstração de alguns dos atributos
de Deus: Sendo infinitos os mundos, Deus é, por isso mesmo, infinito. Não havendo o vazio, ou
o nada em parte alguma, Deus está por toda parte. Estando Deus em toda parte, pois que tudo é
parte integrante de Deus, ele dá a todos os fenômenos da Natureza uma razão de ser inteligente.
Que se pode opor a este raciocínio?
“A razão. Refleti maduramente e não vos será difícil reconhecer-lhe o absurdo”.
Esta doutrina faz de Deus um ser material que, embora dotado de suprema inteligência, seria em
ponto grande o que somos em ponto pequeno. Ora, transformando-se a matéria incessantemente,
Deus, se fosse assim, nenhuma estabilidade teria. Achar-se-ia sujeito a todas as vicissitudes,
mesmo a todas as necessidades da Humanidade. Faltar-lhe-ia um dos atributos essenciais da Divindade: a imutabilidade. Não se podem aliar as propriedades da matéria à ideia de Deus, sem
que Ele fique rebaixado ante a nossa compreensão e não haverá sutilezas de sofismas que cheguem a resolver o problema da sua natureza íntima. Não sabemos tudo o que ele é, mas sabemos
o que ele não pode deixar de ser e o sistema de que tratamos está em contradição com as suas
mais essenciais propriedades. Ele confunde o Criador com a criatura, exatamente como o faria
quem pretendesse que engenhosa máquina fosse parte integrante do mecânico que a imaginou. A
inteligência de Deus se revela em suas obras como a de um pintor no seu quadro. Mas, as obras
de Deus não são o próprio Deus, como o quadro não é o pintor que o concebeu e executou.
(Para identificar uma coisa que não conhecemos, geralmente empregamos coisas já conhecidas, por exemplo:
- nova fruta, parecida com abacate, gosto de laranja, cor de tomate, sementes de mamão, tamanho de uva.
Nesta altura já temos uma “boa” ideia a respeito da nossa nova fruta, embora não a conheçamos, nem a vimos. No caso de Deus, Suas grandezas e criações, as identificações que fazemos nos levam, pelo processo acima mostrado, ao seguinte: - Deus, identificamos com o TUDO. – Infinito, identificamos com o GRANDE. –
Eterno, identificamos com o SEMPRE. – Espírito, identificamos com o NÃO SENSÍVEL. – Matéria, identificamos com o SENSÍVEL. E, repetindo, nesta altura já temos uma “fraquíssima” ideia a respeito de Deus, Suas grandezas e criações. Para que possamos iniciar o entendimento das coisas, devemos primeiramente definir os seus limites e, neste caso, os limites são claramente definidos:
- Deus, Suas grandezas e criações, - mundo espírito/material -,
- Ser humano e seus conhecimentos, - mundo material -,
- Espírito e seus conhecimentos, - mundo espírito/material -.
Então temos: Deus está “presente” nos dois limites, o Ser humano “vive” no limite material e o Espírito “vivencia” os dois limites. Com isso já podemos ter uma primeira conclusão: Como humanos “materiais” só podemos “sentir” os fatos materiais. Como Espíritos é que podemos “sentir” as coisas e fatos espirituais e materiais. Fica bem claro, então, que, para identificarmos Deus, Suas grandezas e criações, só o podemos fazer
como Espíritos, pois apenas este é “sensível” aos dois limites.
Neste ponto nos encontramos frente a três modos de pensar:
- não existe Espírito, ou este volta ao Todo, em suma, não existe individualidade espiritual após esta vida.
- conclusão óbvia: Nunca “sentiremos” Deus e Suas grandezas, pois só o Espírito as pode “sentir”.
- existe o Espírito, porém só vivemos na matéria uma única vez.
- conclusão única: Só “sentiremos” Deus e Suas grandezas após esta vida.
- existe o Espírito e vivemos, reencarnamos, várias vezes na matéria.
- conclusão imediata: O Espírito, nas suas idas e vindas, traz ao humano (matéria) os seus “sentimentos” de
Deus, Suas grandezas e criações.
É evidente que o Espírito, ao habitar o mundo material, pela reencarnação, fica totalmente limitado para poder transferir à matéria os seus “sentimentos” do mundo espiritual e, essa limitação, é em razão do desconhecimento, isto é: Não há nada no conhecimento humano, no mundo material, que se possa comparar às coisas
do mundo espiritual. Seria como se fôssemos ensinar as coisas que sabemos, a um irmão que seja cego, surdo
e mudo de nascença, quais os exemplos que usaríamos para que ele nos entendesse?

Como saberíamos que ele
nos entende e como entende?

Voltando àquelas identificações iniciais, podemos ver que elas, todas, se referem ao nosso mundo material.
- Ao identificarmos Deus com o Tudo, é com o Tudo que nós “sentimos”, e, mesmo assim, ficamos em situação
terrivelmente duvidosa:
- Deus está localizado em “algum lugar”?

- Deus é Tudo e, portanto, somos parte d’Ele?

Na primeira situação teríamos Deus com um tamanho limitado, forma possivelmente limitada, sendo então a
representação típica do “ancião”, em um trono, a dirigir o mundo, é o antropomorfismo.
Na segunda situação poderíamos até dizer: Deus não existe! Pois sendo Deus o Todo, ou Tudo é Deus, é como
se não existisse individualidade, exceto a d’Ele! (se é Tudo, não pode ser individual, no máximo é UNO!). E,
assim sendo, afirmamos que Ele é como se não existisse, pois só Ele teria consciência de si mesmo!
Portanto podemos concluir, rápido e rasteiro:
- No atual estágio espiritual, quando na matéria, não podemos “sentir” Deus e Suas grandezas, pois não possuímos nada no mundo material para comparar com o mundo espiritual. É possível que “sintamos” quando
livres do corpo material, só dependendo da nossa elevação espiritual.
UMA PERGUNTA :
- você sabendo o que é e quem é Deus; ISTO o tornará melhor?)

“Da matéria como a entendeis, sim. Não, porém, da matéria considerada como fluido universal.
A matéria etérea e sutil que constitui esse fluido vos é imponderável. Nem por isso, entretanto,
deixa de ser o princípio da vossa matéria pesada”.
A gravidade é uma propriedade relativa. Fora das esferas de atração dos mundos, não há peso, do
mesmo modo que não há alto nem baixo.

(Para a matéria deve-se entender o seguinte:

PESO é a expressão de algo que medimos e representa o produto da MASSA sob ação de certa FORÇA .
Na Terra essa força é a gravidade. Portanto, no espaço, sem atração
gravitacional, só temos a presença da MASSA , mas, até onde sabemos, desconhecemos quaisquer das possíveis atuações do fluido universal nas massas assim estacionárias no espaço, embora já conheçamos a presença
de “ventos” espaciais (fluxos de elétrons), passiveis de movimentarem futuras naves: ‘barcos cósmicos’. E isto
deixa bem claro um comportamento “material” para esse fluido imponderável, porém não sabemos se esse
fluido seja a própria matéria primária.)

. A matéria é formada de um só ou de muitos elementos?

“De um só elemento primitivo. Os corpos que considerais simples não são verdadeiros elementos, são transformações da matéria primitiva”.
(Para um inicial entendimento podemos assumir o elemento primitivo, ou primário, como formado de ‘matéria e antimatéria’ primárias, formando um sistema binário.)

. Donde se originam as diversas propriedades da matéria?


“São modificações que as moléculas elementares sofrem, por efeito da sua união, em certas circunstâncias”.

(A matéria e antimatéria formariam as primeiras moléculas elementares, as moléculas elementares formariam composições, cada qual com propriedades diferentes, criando o que chamamos de corpos materiais compostos...)

. De acordo com o que vindes de dizer, os sabores, os odores, as cores, o som, as qualidades
venenosas ou salutares dos corpos materiais não passam de modificações de uma única substância primitiva?

“Sem dúvida e que só existem devido à disposição dos órgãos destinados a percebê-las”.
A demonstração deste princípio se encontra no fato de que nem todos percebemos as qualidades
dos corpos materiais do mesmo modo: enquanto que uma coisa agrada ao gosto de um, para o de
outro é detestável. O que uns veem azul, outros veem vermelho. O que para uns é veneno, para
outros é inofensivo ou salutar.

(Podemos entender que, ‘sentimos’ a matéria e suas propriedades, de acordo com nosso estágio evolutivo que,
individualmente, se expressa por ‘sentimento vibratório’ do Espírito.)

. A mesma matéria elementar é suscetível de experimentar todas as modificações e de adquirir
todas as propriedades?


“Sim e é isso o que se deve entender, quando dizemos que tudo está em tudo!”

(1)
O oxigênio, o hidrogênio, o azoto, o carbono e todos os corpos materiais que consideramos simples são meras modificações de uma substância primitiva. Na impossibilidade em que ainda nos
achamos de remontar, a não ser pelo pensamento, a esta matéria primária, esses corpos materiais
são para nós verdadeiros elementos e podemos, sem maiores consequências, tê-los como tais, até
nova ordem.

(1) Este princípio explica o fenômeno conhecido de todos os magnetizadores e que consiste em
dar-se, pela ação da vontade, a uma substância qualquer, à água, por exemplo, propriedades muito diversas: um gosto determinado e até as qualidades ativas de outras substâncias. Desde que
não há mais de um elemento primitivo e que as propriedades dos diferentes corpos materiais são
apenas modificações desse elemento, o que se segue é que a mais inofensiva substância tem o
mesmo princípio que a mais deletéria. Assim, a água, que se compõe de uma parte de oxigênio e de duas de hidrogênio, se torna corrosiva, duplicando-se a proporção do oxigênio. Transformação análoga se pode produzir por meio da ação magnética dirigida pela vontade.

a) — Não parece que esta teoria dá razão aos que não admitem na matéria senão duas propriedades essenciais: a força e o movimento, entendendo que todas as demais propriedades não passam
de efeitos secundários, que variam conforme à intensidade da força e à direção do movimento?

“É acertada essa opinião. Falta somente acrescentar: e conforme à disposição das moléculas, como o mostra, por exemplo, um corpo material opaco, que pode tornar-se transparente e vice versa”.
(O arranjo energético de cada molécula elementar, por combinações entre elas, formam as miríades de materiais compostos que conhecemos, e de outros mais que ainda desconhecemos.)
. As moléculas têm forma determinada?

“Certamente, as moléculas têm uma forma, porém não sois capazes de apreciá-la”.
(Válido se considerarmos as moléculas primitivas, atualmente a ciência já conhece várias formas moleculares
“secundárias”, às quais estamos nominando de materiais compostos.)

a) — Essa forma é constante ou variável?

“Constante a das moléculas elementares primitivas. Variável a das moléculas secundárias, que
mais não são do que aglomerações das primeiras. Porque, o que chamais molécula longe ainda
está da molécula elementar”.
(A física e a química nos mostram uma enorme variedade de arranjos, portanto formas, e energias, para as
moléculas ‘secundárias’.)

*Considerações e concordâncias bíblicas concernentes à Criação.*


*FORMAÇÃO DOS MUNDOS*


O Universo abrange a infinidade dos mundos que vemos e dos que não vemos, todos os seres animados e inanimados, todos os astros que se movem no espaço, assim como os fluidos que o
enchem.
. O Universo foi criado, ou existe de toda a eternidade, como Deus?

“É fora de dúvida que ele não pode ter-se feito a si mesmo. Se existisse, como Deus, de toda a
eternidade, não seria obra de Deus”.
Diz-nos a razão não ser possível que o Universo se tenha feito a si mesmo e que, não podendo
também ser obra do acaso, há de ser obra de Deus.
(Só por que não conseguimos ‘imaginar’ Deus antes da Sua obra criadora, querendo entender essas coisas,
fazemos conjecturas absurdas e perguntas mais absurdas ainda.)

*. Como criou Deus o Universo?*

“Para me servir de uma expressão corrente, direi: pela sua Vontade. Nada caracteriza melhor essa vontade onipotente do que estas belas palavras da Gênese – ‘Deus disse: Faça-se a luz e a luz
foi feita’”.
(O atributo principal do qual Deus ornou os Espíritos é a inteligência. Com esta manifestada teremos o pensamento inteligente, a sabedoria, plasmando em formas materiais as suas “vontades”. Assim sendo, vislumbramos o porvir maravilhoso que nos aguarda, ao concluirmos nossa jornada de aprendizado, podendo corretamente plasmar “mundos materiais completos”. Além de criar a inteligência universal, da qual somos uma
individualização, Deus criou a matéria primitiva e as Leis que a tudo regem, seja no sentido material ou moral. Por essa razão final, as Leis, é que temos, obrigatoriamente, a tudo conhecer e tudo fazer moralmente. Só
assim é que estaremos prontos para plasmar pensamentos ‘sublimes’ sobre a matéria primária... É da Lei!)
. Poderemos conhecer o modo de formação dos mundos?

“Tudo o que a esse respeito se pode dizer e podeis compreender é que os mundos se formam pela
condensação da matéria disseminada no Espaço”.
(Ao atingirmos o estado espiritual necessário iremos participar da obra divina, junto com nossos irmãos já
purificados, aprendendo então estas formações. Porém ao ler a sugestão da pergunta anterior já temos uma
boa ideia.)
. Serão os cometas, como agora se pensa, um começo de condensação da matéria, mundos em
via de formação?

“Isso está certo. Absurdo, porém, é acreditar-se na influência deles. Refiro-me à influência que
vulgarmente lhes atribuem, porquanto todos os corpos celestes influem de algum modo em certos fenômenos físicos”.
(Todos os elementos da criação contribuem para as contínuas transformações, pois, salvo as primárias, sejam
materiais ou espirituais, transformam-se eternamente.)
. Pode um mundo completamente formado desaparecer e disseminar-se de novo no Espaço a
matéria que o compõe?

“Sim, a Lei de Deus renova os mundos, como renova os seres vivos”.( É pela Lei de Deus que se renovam mundos e seres vivificados - Não Espíritos -. Como os Espíritos se transformam, pelo progredir, os compostos materiais o são pelas Leis divinas, por exemplo: – Lei de destruição.)

. Poder-se-á conhecer o tempo que dura a formação dos mundos: da Terra, por exemplo?

“Nada te posso dizer a respeito, porque só o Criador o sabe e bem louco será quem pretenda sabê-lo, ou conhecer que número de séculos dura essa formação”.
(O progresso espiritual, em conhecimento e moral, nos levará a esse saber, porém o que será alterado quando
descobrirmos que a Terra não levou bilhões e sim trilhões de nossos anos para ser formada? Será que, hoje,
seríamos melhores por sabermos isso?)

18 – Disse o Cristo: “Deixai vir a mim os pequeninos”. Essas palavras, tão profundas na sua simplicidade, não fazem apenas um apelo às crianças,mas também às almas que gravitam nos círculos inferiores, onde a desgraça desconhece a esperança. Jesus chamava a si a infância intelectual da criatura formada: os fracos,os escravos, os viciosos. Ele nada podia ensinar à infância física, presa na matéria, sujeita ao jugo dos instintos, e ainda não integrada na ordem superior da razão e da vontade, que se exercem em torno dela e em seu benefício. Jesus queria que os homens se entregassem a ele com a confiança desses pequenos seres de passos vacilantes, cujo apelo lhe conquistaria o coração das mulheres, que são todas mães. Assim, ele submetia as almas à sua terna e misteriosa autoridade. Ele foi à flama que espancou as trevas, o clarim matinal que tocou a alvorada. Foi o iniciador do Espiritismo, que deve, por sua vez, chamar a si, não as crianças, mas os homens de boa-vontade. A ação viril está iniciada; não se trata mais de crer instintivamente e obedecer de maneira mecânica: é necessário que o homem siga as leis inteligentes, que lhe revela a sua universalidade.

Meus bem-amados, eis chegados os tempos em que os erros explicados se transformarão em verdades. Nós vos ensinaremos o verdadeiro sentido das parábolas. Nós vos mostraremos a correlação poderosa, que liga o que foi ao que é. Eu vos digo, em verdade: a manifestação espírita se eleva no horizonte, e eis aqui o seu enviado, que vai resplandecer como o sol sobre o cume dos montes.

*

UM ESPÍRITO PROTETOR

Bordeaux, 1863



19 – Deixar vir a mim os pequeninos, pois tenho o alimento que fortifica os fracos. Deixai vir a mim os tímidos e os débeis, que necessitam de amparo e consolo. Deixai vir a mim os ignorantes, para que eu os ilumine. Deixai vir a mim todos os sofredores, a multidão dos aflitos e dos infelizes, e eu lhes darei o grande remédio para os males da vida, revelando-lhes o segredo da cura de suas feridas. Qual é, meus amigos, esse bálsamo poderoso, de tamanha virtude, que se aplica a todas as chagas do coração e as curas? É o amor, é a caridade! Se tiverdes esse fogo divino, o que havereis de temer? A todos os instantes de vossa vida direis: “Meu Pai, que se faça a tua vontade e não a minha! Se te apraz experimentar-me pela dor e pelas tribulações, bendito seja! Porque é para o meu bem, eu o sei, que a tua mão pesa sobre mim. Se te agrada, Senhor, apiedar-te de tua frágil criatura, dar-lhe ao coração as alegrias puras, bendito seja também! Mas faze que o amor divino não se amorteça na sua alma, e que incessantemente suba aos teus pés a sua prece de gratidão”.

Se tiverdes amor, tendes tudo o que mais se pode desejar na Terra, pois tereis a pérola sublime,que nem as mais diversas circunstâncias, nem os malefícios dos que vos odeiam e perseguem, poderão jamais arrebatar. Se tiverdes amor, tereis colocado os vossos tesouro aonde nem a traça nem a ferrugem os devoram, e vereis desaparecer insensivelmente da vossa alma tudo o que lhe possa manchar a pureza. Dia a dia sentireis que o fardo da matéria se torna mais leve. E, como um pássaro que voa nos ares e não se lembra da terra, subireis incessantemente, subireis sempre, até que a vossa alma, inebriada, se impregne da verdadeira vida, no seio do Senhor!