O X DA QUESTÃO

Minha "máxima" para o momento é:

"Brasil terra de ódio
De ódio por todo lugar
Que não puder correr que se esconda
Quem puder que se vá"

Essa máxima do Líryan me lembra outra, "BRASIL, AME-O OU DEIXE-O" parecem ter sido baseadas no mesmo raciocínio.

Majestade, não posso, certamente, pela parte julgar o todo de sua publicação no facebook. Entretanto, quando os defensores do governo descrevem seus opositores, faltam, grosseiramente com a verdade e, temo eu, parece haver enorme malícia em quem assim procede.

1- “É contra Dilma por que não gosta de pobre.” As urnas mostram em 2014 que mais da metade da população não votou no PT, nessa proporção, o Brasil é majoritariamente rico?

2- “É contra Dilma por que é do PSDB”. Particularmente, creio que tanto FHC quanto Lula trouxeram benefícios sociais ao Brasil, mas os seus partidos estão longe de ser pólos opostos, são duas representações de um mesmo modelo político de pouca autonomia entre os Poderes.

3- “Quanto pior, melhor.” Essa pra mim é a mais mesquinha e burra afirmação. Talvez, lá nos porões de Brasília possam existir alguns ratos engravatados capazes de sabotar um governo para derrubá-lo, mas não creio que isso seja motivação em milhões de brasileiros. É isso, precisamos entender que não somos inimigos, somos pessoas que, de modos diferentes querem construir um presente e um futuro melhores para o Brasil.

Eu faço parte daquela “nova classe média” que o PT criou rebaixando os critérios de avaliação, nasci e fui criado em uma comunidade do Rio de Janeiro e, por motivos óbvios, quero muito o bem dos pobres rsrs.
PSDB... O Arcebispo que me perdoe, mas não consigo me lembrar de um nome que me dê esperança nesse partido.
Torcer contra... Nós estamos de lados opostos, mas no mesmo barco.
Eu não torço contra o Brasil ou a Presitente, muito embora não acredite na sua capacidade moral, técnica e política de nos conduzir a bons resultados.

Em resumo, tentar minimizar a crise, os problemas da gestão, a oposição, os protestos e qualquer outra coisa não irão resolver nossos problemas.

É bem nesta linha, do "ame ou deixe", mas é preciso explicar e explicitar que, ao falar "Brasil" eu estou me referindo diretamente, explicitamente e inegavelmente ao povo brasileiro. Não me refiro ao Estado ou à política, e sim, ao "cerne" do iceberg, e este é o povo.

Resta uma pergunta: o que então irá resolver? (os problemas)

Algo que eu nunca consegui compreender na esquerda, e que é nela mesma uma lacuna, é a sua relação com o “POVO”. Primeiro já me é estranho essa figura de intelectuais que cuidam do povinho (nós e eles). O povo deve incluir do seu Zé ao Senhor Doutor José.

Aí vem a onda de críticas: O povo é preguiçoso, ignorante, sem vergonha... O povo brasileiro, com seus vícios, suas virtudes e suas qualidades é o oceano em que cada um de nós somos apenas água, pequenas gotas que influenciam e são influenciadas.

Isso traz à tona a indagação que eu lancei anteriormente e depois adiei: Lutamos contra quem e pelo que? Ou, contra quê e por quem?

Vejo o povo sendo sacrificado por um ideal. Para que ninguém seja rico às custas da pobreza alheia, a pobreza está sendo instituída, muito embora os defensores da igualdade se cerquem, em todo o mundo, de regalias e benefícios.

Como parte do povo, reconheço que não somos uma massa homogênea, que há correntes e marés, há bolsões de águas mais quentes e velozes, geladas e estáticas, mais ou menos salinas, mais ou menos escuras, há águas que, de tão contaminadas, é preferível evitar, entretanto, estamos todos ligados em um imenso mar.

O Brasil é um país adolescente. Perdemos nossa Monarquia e ainda não conhecemos a República. De fato, até hoje, nenhum governante respeitou a forma republicana de governar, nosso povo tem coroado seus representantes e servido-lhes como a reis. Por isso, me entristeço quando vejo a imaturidade das críticas do governo à oposição, como se a coisa fosse assim, tão simplória. Quando vejo um brasileiro apedrejando tudo que é nosso, sem a capacidade de, pela via do diálogo, da convivência, aprender a usar todas as forças possíveis para que um dia este país seja uma pátria e uma nação. Acho que isso responde sua pergunta: não tentar suprimir, rechaçar aqueles que são diferentes, mas procurar compreender a variedade de pensamento e, a seu modo, interagir com o todo.