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QUEM CONTO SEUS MALES EM CRÔNICA

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18 Fev 2014 19:30 #22890 por Marli Bionaz (Marli)
Respondido por Marli Bionaz (Marli) no tópico QUEM CONTO SEUS MALES EM CRÔNICA


Quem Conto seus males em Crônica


Um problema difícil
Pedro Bandeira

Era um problema dos grandes. A turminha reuniu-se para discuti-lo e Xexéu voltou para casa preocupado. Por mais que pensas se, não atinava com uma solução. Afinal, o que poderia ele fazer para resolver aquilo? Era apenas um menino!

Xexéu decidiu falar com o pai e explicar direitinho o que estava acontecendo. O pai ouviu calado, muito sério, compreendendo a gravidade da questão. Depois que o garoto saiu da sala, o pai pensou um longo tempo. Era mesmo preciso enfrentar o problema. Não estava em suas mãos, porém, resolver um caso tão difícil.

Procurou o guarda do quarteirão, um sujeito muito amigo que já era conhecido de todos e costumava sempre dar uma paradinha para aceitar um cafezinho oferecido por algum dos moradores.

O guarda ouviu com a maior das atenções. Correu depois para a delegacia e expôs ao delegado tudo o que estava acontecendo.

O delegado balançou a cabeça, concordando. Sim, alguma coisa precisava ser feita, e logo! Na mesma hora, o delegado passou a mão no telefone e ligou para um vereador, que costumava sensibilizar-se com os problemas da comunidade.

Do outro lado da linha, o vereador ouviu sem interromper um só instante. Foi para a prefeitura e pediu uma audiência ao prefeito. Contou tudo, tintim por tintim. O prefeito ouviu todos os tintins e foi procurar um deputado estadual do mesmo partido para contar o que havia.

O deputado estadual não era desses políticos que só se lembram dos problemas da comunidade na hora de pedir votos. Ligou para um deputado federal, pedindo uma providência urgente. O deputado federal ligou para o governador do estado, que interrompeu uma conferência para ouvi-lo.

O problema era mesmo grave, e o governador voou até Brasília para pedir uma audiência ao ministro.

O ministro ouviu tudinho e, como já tinha reunião marcada com o presidente, aproveitou e relatou-lhe o problema.

O presidente compreendeu a gravidade da situação e convocou uma reunião ministerial. O assunto foi debatido e, depois de ouvir todos os argumentos, o presidente baixou um decreto para resolver a questão de uma vez por todas.

Aliviado, o ministro procurou o governador e contou-lhe a solução. O governador então ligou para o deputado federal, que ficou muito satisfeito. Falou com o deputado estadual, que, na mesma hora, contou tudo para o prefeito. O prefeito mandou chamar o vereador e mostrou-lhe que a solução já tinha sido encontrada.

O vereador foi até a delegacia e disse a providência ao delegado. O delegado, contente com aquilo, chamou o guarda e expôs a solução do problema. O guarda, na mesma hora, voltou para a casa do pai do Xexéu e, depois de aceitar um café, relatou-lhe satisfeito que o problema estava resolvido.

O pai do Xexéu ficou alegríssimo e chamou o filho.

Depois de ouvir tudo, o menino arregalou os olhos:

- Aquele problema? Ora, papai, a gente já resolveu há muito tempo!


MARLI BIONAZ
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20 Fev 2014 02:56 #22900 por Marli Bionaz (Marli)
Respondido por Marli Bionaz (Marli) no tópico QUEM CONTO SEUS MALES EM CRÔNICA
Quem Conto seus males em Crônica


O homem feliz

Pedro Bandeira

Num reino distante, onde tudo ia bem, havia um rei muito rico mas muito infeliz. Não havia o que fizesse o rei sorrir. Vivia a lamentar-se pelos cantos e a queixar-se de tudo, numa infelicidade só.

Os médicos não sabiam mais o que fazer nem que medicamento receitar-lhe para minorar sua tristeza. Do mesmo modo, não havia artista, cantor, bailarina ou comediante que conseguisse mudar o humor do rei.

Procurando uma solução extrema, os ministros mandaram buscar um famoso sábio que morava sozinho nas montanhas. O sábio examinou o rei de todas as maneiras e chegou a esta conclusão:

– Vossa majestade só recuperará a felicidade no dia em que usar a camisa de um homem feliz. Mas tem de ser um homem feliz mesmo. Alguém que esteja completamente satisfeito com a vida.

Com essa esperança à frente, os ministros despacharam lacaios para todos os cantos, em busca do tal homem feliz. Quando o encontrassem, tinham ordem de pagar qualquer quantia por sua camisa.

Mas, por mais que vasculhassem até os confins do reino, nada de encontrar qualquer pessoa que se dissesse realmente feliz. Todos sempre tinham alguma queixa, alguma coisinha que lhes deixava infeliz.

Os lacaios já estavam desanimando, quando encontraram um camponês a trabalhar duro, suando, manejando a enxada e... cantando!

Falaram com o homem. Ele, sempre sorrindo, confessou-se completamente feliz. Disse que adorava seu trabalho, adorava sua mulher, seus amigos eram fiéis e prestativos e tinha filhos lindos e maravilhosos.

Convencidos de que, afinal, tinham conseguido encontrar o que procuravam, os lacaios perguntaram quanto o homem queria para vender sua camisa ao rei.

O homem feliz arregalou os olhos, surpreso, e respondeu:

– Minha camisa? Mas eu sou tão pobre que não tenho nem mesmo uma camisa!


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23 Fev 2014 22:41 #22944 por Marli Bionaz (Marli)
Respondido por Marli Bionaz (Marli) no tópico QUEM CONTO SEUS MALES EM CRÔNICA


Quem Conto seus Males em Crônica


Ainda
Amanda

Caminhava cinco passos. Parava. Ouvia.

Ouvia as batidas do próprio coração. Estas, por sua vez, ao serem espreitadas, nervosamente aceleravam-se.

Então, no impulso cortado de dar mais um passo, prometia, como fazia tantas vezes. Prometia partir.

Todos os dias, como se fosse a última vez. Como se em seguida, magicamente tornasse esse o grande objetivo da sua vida. do seu dia, da sua semana.

Colocava o melhor vestido. Olhava o céu, consultava a previsão do tempo.

E esperava, sentada nos degraus de frente para o portão, encarando a grandiosidade daquele mundo que era seu, mas ela não sabia. Ainda.


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27 Fev 2014 04:16 - 27 Fev 2014 04:32 #23000 por Marli Bionaz (Marli)
Respondido por Marli Bionaz (Marli) no tópico QUEM CONTO SEUS MALES EM CRÔNICA


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Outro dia
Leonardo Brasiliense

Estas pessoas abrindo suas pequenas caixinhas e acordando e escovando os dentes. Dirigindo e dormindo no trânsito. Amassam pão, pegam fila na padaria, vão ao dentista, são dentistas, coveiros, dançarinas com os pés ralados. Elas dão licença na saída do elevador. Elas compram jornal para ler o horóscopo, para ler esportes, para ler classificados de venda de apartamento, de carro usado, de faca elétrica, máquina de costura antiga. Esta menina olhando para a câmera de vigilância. As pessoas comendo bolinho de arroz, tomando suco de melancia, comendo peixe. Dormindo depois do almoço. Um bêbado foi atropelado na frente do teatro às duas da tarde. As pessoas rezam, pulam sapata quando são crianças, abrem a porta do escritório e se dão com um alagamento porque o cano do vizinho estourou. Elas visitam parentes no hospital, parentes no Acre, parentes no cemitério. Nenhuma delas quer ter culpa mas pedem desculpas. Estas pessoas aquecendo a janta no microondas. A vizinha do andar de cima com o aspirador de pó ligado, desligado, ligado, desligado. Elas se beijam, se xingam, se abanam do outro lado da rua. Sofrem com a unha encravada e o amor impossível. Elas guardam coisas em suas pequenas caixas na mesa de cabeceira. Dormem e não sabem que no outro dia tudo vai recomeçar.

*****


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Last edit: 27 Fev 2014 04:32 by Marli Bionaz (Marli).

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04 Mar 2014 00:41 - 04 Mar 2014 00:50 #23049 por Marli Bionaz (Marli)
Respondido por Marli Bionaz (Marli) no tópico QUEM CONTO SEUS MALES EM CRÔNICA

Quem Conto seus males em Crônica

Andante*

O tempo corre, mas eu ando.
Eu ando para sentir o chão, ora duro, ora fofo.
Eu ando para olhar nos olhos dos amigos, ora tristes, ora felizes.
Eu ando para sentir os perfumes, ora fortes, ora leves.
Eu ando para escutar as pessoas, ora chorando, ora rindo.

Eu sei que estou atrasado, que o tempo, enquanto eu escrevo essas linhas, corre mais um pouco. Mas eu continuo andando, para olhar, para sentir, para escutar cada minuto que eu estou deixando para trás.
Por isso, as vezes eu caminho com um ar pesado. Porque carrego nas memórias da minha pele cada minuto que se foi. E cada minuto tem uma cor, um sabor, um cheiro, uma saudade, uma felicidade, uma tristeza, uma dor e uma alegria, mas por nada, eu quero correr, correr atrás de sei-lá-o-que. Está aqui, agora, de fora para dentro e de dentro para fora. Não precisa correr, você já chegou.

* O aut@r assina como jlg


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Last edit: 04 Mar 2014 00:50 by Marli Bionaz (Marli).

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Moderadores: SA Neimar Bionaz (neibionaz)