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Verso & Poesia

  • Kelly Girardi (Kelly Girardi)
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21 Abr 2015 03:03 #25824 por Kelly Girardi (Kelly Girardi)
Respondido por Kelly Girardi (Kelly Girardi) no tópico Verso & Poesia
"Como dizia o poeta
Quem já passou por essa vida e não viveu
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu
Porque a vida só se dá pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu
Ah, quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada, não
Não há mal pior do que a descrença
Mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão
Abre os teus braços, meu irmão, deixa cair
Pra que somar se a gente pode dividir
Eu francamente já não quero nem saber
De quem não vai porque tem medo de sofrer
Ai de quem não rasga o coração, esse não vai ter perdão
Quem nunca curtiu uma paixão, nunca vai ter nada, não"
-Vinícius de Moraes e Toquinho

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  • Kelly Girardi (Kelly Girardi)
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28 Abr 2015 00:55 #25877 por Kelly Girardi (Kelly Girardi)
Respondido por Kelly Girardi (Kelly Girardi) no tópico Verso & Poesia
Os Poemas- Mário Quintana

Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.

Quando fechas o livro, eles alçam voo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem. E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti…

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  • Fernandomighty (Fernandomighty)
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29 Abr 2015 04:54 #25882 por Fernandomighty (Fernandomighty)
Respondido por Fernandomighty (Fernandomighty) no tópico Verso & Poesia
Grande Mário Quintana. Ótima escolha, Kelly.

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  • Cesare (Cesare)
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30 Abr 2015 17:12 #25887 por Cesare (Cesare)
Respondido por Cesare (Cesare) no tópico Verso & Poesia
Sotaque mineiro: ?ilegal, imoral ou engorda?

Gente, simplificar ?um pecado. Se a vida não fosse tão corrida, se não tivesse tanta conta para pagar, tantos processos — oh sina — para analisar, eu fundaria um partido cuja luta seria descobrir as falas de cada região do Brasil.

Cad?os lingüistas deste país? Sinto falta de um tratado geral das sotaques brasileiros. Não h?nada que me fascine mais. Como ?que as montanhas, matas ou mares influem tanto, e determinam a cadência e a sonoridade das palavras?

?um absurdo. Existem livros sobre tudo; não tem (ou não conheço) um sobre o falar ingênuo deste povo doce. Escritores, ?de casa, cad?vocês? Escrevam sobre isto, se j?escreveram me mandem, que espero ansioso.

Um simples" mas" ?uma coisa no Rio Grande do Sul. ?tudo menos um "mas" nordestino, por exemplo. O sotaque das mineiras deveria ser ilegal, imoral ou engordar. Porque, se tudo que ?bom tem um desses horríveis efeitos colaterais, como ?que o falar, sensual e lindo (das mineiras) ficou de fora?

Porque, Deus, que sotaque! Mineira devia nascer com tarja preta avisando: ouvi-la faz mal ?saúde. Se uma mineira, falando mansinho, me pedir para assinar um contrato doando tudo que tenho, sou capaz de perguntar: s?isso? Assino achando que ela me faz um favor.

Eu sou suspeitíssimo. Confesso: esse sotaque me desarma. Certa vez quase propus casamento a uma menina que me ligou por engano, s?pelo sotaque.

Mas, se o sotaque desarma, as expressões são um capítulo ?parte. Não vou exagerar, dizendo que a gente não se entende... Mas que ?algo delicioso descobrir, aos poucos, as expressões daqui, ah isso ?..

Os mineiros têm um ódio mortal das palavras completas. Preferem, sabe-se l?por que, abandon?las no meio do caminho (não dizem: pode parar, dizem: "p?parar". Não dizem: onde eu estou?, dizem: "ôndôt?"). Parece que as palavras, para os mineiros, são como aqueles chatos que pedem carona. Quando voc?percebe a roubada, prefere deix?los no caminho.

Os não-mineiros, ignorantes nas coisas de Minas, supõem, precipitada e levianamente, que os mineiros vivem — lingüisticamente falando — apenas de uais, trens e sôs. Digo-lhes que não.

Mineiro não fala que o sujeito ?competente em tal ou qual atividade. Fala que ele ? bom de serviço. Pouco importa que seja um juiz, um jogador de futebol ou um ator de filme porn? Se der no couro — metaforicamente falando, claro — ele ?bom de serviço. Faz sentido...

Mineiras não usam o famosíssimo tudo bem. Sempre que duas mineiras se encontram, uma delas h?de perguntar pra outra: "c?t?boa?" Para mim, isso ?pleonasmo. Perguntar para uma mineira se ela t?boa, ?como perguntar a um peixe se ele sabe nadar. Desnecessário.

H?outras. Vamos supor que voc?esteja tendo um caso com uma mulher casada. Um amigo seu, se for mineiro, vai chegar e dizer: — Mexe com isso não, s?(leia-se: sai dessa, ?fria, etc).

O verbo "mexer", para os mineiros, tem os mais amplos significados. Quer dizer, por exemplo, trabalhar. Se lhe perguntarem com o que voc?mexe, não fique ofendido. Querem saber o seu ofício.

Os mineiros também não gostam do verbo conseguir. Aqui ninguém consegue nada. Voc? não d?conta. Sôc?(se voc? acha que não vai chegar a tempo, voc?liga e diz:

— Aqui, não vou dar conta de chegar na hora, não, s?

Esse "aqui" ?outro que s?tem aqui. ?antecedente obrigatório, sob pena de punição pública, de qualquer frase. ?mais usada, no entanto, quando voc?quer falar e não estão lhe dando muita atenção: ?uma forma de dizer, ol? me escutem, por favor. ?a última instância antes de jogar um pão de queijo na cabeça do interlocutor.

Mineiras não dizem "apaixonado por". Dizem, sabe-se l?por que, "apaixonado com". Soa engraçado aos ouvidos forasteiros. Ouve-se a toda hora: "Ah, eu apaixonei com ele...". Ou: "sou doida com ele" (ele, no caso, pode ser voc? um carro, um cachorro). Elas vivem apaixonadas com alguma coisa.

Que os mineiros não acabam as palavras, todo mundo sabe. ?um tal de bonitim, fechadim, e por a?vai. J?me acostumei a ouvir: "E a? vão?". Traduzo: "E a? vamos?". Não caia na besteira de esperar um "vamos" completo de uma mineira. Não ouvir?nunca.

Na verdade, o mineiro ?o baiano lingüístico. A preguiça chegou aqui e armou rede. O mineiro não pronuncia uma palavra completa nem com uma arma apontada para a cabeça.

Eu preciso avisar ?língua portuguesa que gosto muito dela, mas prefiro, com todo respeito, a mineira. Nada pessoal. Aqui certas regras não entram. São barradas pelas montanhas. Por exemplo: em Minas, se voc?quiser falar que precisa ir a um lugar, vai dizer:

— Eu preciso de ir.

Onde os mineiros arrumaram esse "de", a?no meio, ?uma boa pergunta. S?não me perguntem. Mas que ele existe, existe. Asseguro que sim, com escritura lavrada em cartório. Deixa eu repetir, porque ?importante. Aqui em Minas ninguém precisa ir a lugar nenhum. Entendam... Voc?não precisa ir, voc?"precisa de ir". Voc? não precisa viajar, voc?"precisa de viajar". Se voc?chamar sua filha para acompanh?la ao supermercado, ela reclamar?

— Ah, mãe, eu preciso de ir?

No supermercado, o mineiro não faz muitas compras, ele compra um tanto de coisa. O supermercado não estar?lotado, ele ter?um tanto de gente. Se a fila do caixa não anda, ?porque est?agarrando l?na frente. Entendeu? Deus, tenho que explicar tudo. Não vou ficar procurando sinônimo, que diabo. E não digo mais nada, leitor, voc?est? agarrando meu texto. Agarrar ?agarrar, ora!

Se, saindo do supermercado, a mineirinha vir um mendigo e ficar com pena, suspirar?

— Ai, gente, que d?

?provável que a essa altura o leitor j?esteja apaixonado pelas mineiras. Eu aviso que v?se apaixonar na China, que l?est?sobrando gente. E não vem caçar confusão pro meu lado.

Porque, devo dizer, mineiro não arruma briga, mineiro "caça confusão". Se voc?quiser dizer que tal sujeito ?arruaceiro, ?melhor falar, para se fazer entendido, que ele "vive caçando confusão".

Para uma mineira falar do meu desempenho sexual, ou dizer que algo ?muitíssimo bom (acho que d?na mesma), ela, se for jovem, vai gritar: "? ?sem noção". Entendeu, leitora? ?sem noção! Voc?não tem, leitora, idéia do tanto de bom que ? S?não esqueça, por favor, o "?quot; no começo, porque sem ele não d?para dar noção do tanto que algo ?sem noção, entendeu?

Ouço a leitora chiar:

— Capaz...

Vocês j?ouviram esse "capaz"? ?lindo. Quer dizer o qu? Sei l? quer dizer "t?fácil que eu faça isso", com algumas toneladas de ironia. Gente, ando um péssimo tradutor. Se voc?propõe a sua namorada um sexo a três (com as amigas dela), provavelmente ouvir?um "capaz..." como resposta. Se, em vingança contra a recusa, voc?ameaçar casar com a Gisele Bundchen, ela dir? "?d? dôc?quot;. Entendeu agora?

Não? Deixa para l? ?parecido com o "nem...". J?ouviu o "nem..."? Completo ele fica:

- Ah, nem...

O que significa? Significa, amigo leitor, que a mineira que o pronunciou não far?o que voc?propôs de jeito nenhum. Mas de jeito nenhum. Voc?diz: "Meu amor, c?anima de comer um tropeiro no Mineirão?". Resposta: "nem..." Ainda não entendeu? Uai, nem ?nem. Leitor, voc??meio burrinho ou ?impressão?

A propósito, um mineiro não pergunta: "voc?não vai?". A pergunta, mineiramente falando, seria: "c?não anima de ir"? Tão simples. O resto do Brasil complica tudo. ? u? cês dão umas volta pra falar os trem...

Certa vez pedi um exemplo e a interlocutora pensou alto:

— Voc?quer que eu "dou" um exemplo...

Eu sei, eu sei, a gramática não tolera esses abusos mineiros de conjugação. Mas que são uma gracinha, ah isso l?são.

Ei, leitor, pára de babar. Que coisa feia. Olha o papel todo molhado. Chega, não conto mais nada. Est?bem, est?bem, mas se comporte.

Falando em "ei...". As mineiras falam assim, usando, curiosamente, o "ei" no lugar do "oi". Voc?liga, e elas atendem lindamente: "eiiii!!!", com muitos pontos de exclamação, a depender da saudade...

Tem tantos outros... O plural, então, ?um problema. Um lindo problema, mas um problema. Sou, não nego, suspeito. Minha inclinação ?para perdoar, com louvor, os deslizes vocabulares das mineiras.

Aliás, deslizes nada. S?porque aqui a língua ?outra, não quer dizer que a oficial esteja com a razão. Se voc? em conversa, falar:

— Ah, fui l?comprar umas coisas...

— Que' s coisa? — ela retrucar?

Acreditam? O plural d?um pulo. Sai das coisas e vai para o que.

Ouvi de uma menina culta um "pelas metade", no lugar de "pela metade". E se voc?acusar injustamente uma mineira, ela, chorosa, confidenciar?

— Ele pôs a culpa "ni mim".

A conjugação dos verbos tem l?seus mistérios, em Minas... Ontem, uma senhora docemente me consolou: "preocupa não, bobo!". E meus ouvidos, j?acostumados às ingênuas conjugações mineiras. nem se espantam. Talvez se espantassem se ouvissem um: "não se preocupe", ou algo assim. A fórmula mineira ?sintética. e diz tudo.

At?o tchau. em Minas. ?personalizado. Ninguém diz tchau pura e simplesmente. Aqui se diz: "tchau pro c?quot;, "tchau pro cês". ?útil deixar claro o destinatário do tchau. O tchau, minha filha, ?prôc? não ?pra outra entendeu?

Deve haver, por certo, outras expressões... A minha memória (que não ajuda muito) trouxe essas por enquanto. Estou, claro, aberto a sugestões. Como ?uma pesquisa empírica, umas voluntárias ajudariam... Exigência: ser mineira. Conversando com lingüistas, fui informado: ?prudente que tenham cabelos pretos, espessos e lisos, aquela pele bem branquinha... Tudo, naturalmente, em nome da ciência. Bem, eu me explico: ?que, características ?parte, as conformações físicas influem no timbre e som da voz, e eu não posso, em honrados assuntos mineiros, correr o risco de ser inexato, entendem?

Ah.... Drummond .... <3

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  • Edimilson Siena (Edimilson Siena)
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12 Mai 2015 00:11 #25942 por Edimilson Siena (Edimilson Siena)
Respondido por Edimilson Siena (Edimilson Siena) no tópico Verso & Poesia
A MODESTA GENIALIDADE DO COTIDIANO DE CORA CORALINA
Posted on maio 11, 2015 by Tribuna da Internet 4 comments
Cora Coralina, pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas (1889-1985), nasceu em Goiás Velho, antiga capital goiana. Mulher simples, doceira de profissão, tendo vivido longe dos grandes centros urbanos, alheia a modismos literários, produziu uma obra poética rica em motivos cotidianos do interior brasileiro, conforme este poema “Oração do Milho”.

ORAÇÃO DO MILHO

Cora Coralina

Senhor, nada valho.
Sou a planta humilde dos quintais pequenos e das lavouras pobres.
Meu grão, perdido por acaso,
nasce e cresce na terra descuidada.
Ponho folhas e haste, e se me ajudardes, Senhor,
mesmo planta de acaso, solitária,
dou espigas e devolvo em muitos grãos
o grão perdido inicial, salvo por milagre,
que a terra fecundou.
Sou a planta primária da lavoura.
Não me pertence a hierarquia tradicional do trigo
e de mim não se faz o pão alvo universal.
O Justo não me consagrou Pão de Vida, nem lugar me foi dado nos altares.
Sou apenas o alimento forte e substancial dos que
trabalham a terra, onde não vinga o trigo nobre.
Sou de origem obscura e de ascendência pobre,
alimento de rústicos e animais do jugo.

Quando os deuses da Hélade corriam pelos bosques,
coroados de rosas e de espigas,
quando os hebreus iam em longas caravanas
buscar na terra do Egito o trigo dos faraós,
quando Rute respigava cantando nas searas de Booz
e Jesus abençoava os trigais maduros,
eu era apenas o bró nativo das tabas ameríndias.
Fui o angu pesado e constante do escravo na exaustão do eito.
Sou a broa grosseira e modesta do pequeno sitiante.
Sou a farinha econômica do proletário.
Sou a polenta do imigrante e amiga do que começam a vida em terra estranha.
Alimento de porcos e do triste mu de carga.
O que me planta não levanta comércio, nem avantaja dinheiro.
Sou apenas a fartura generosa e despreocupada dos paióis.
Sou o cocho abastecido donde rumina o gado.
Sou o canto festivo dos galos na glória do dia que amanhece.
Sou o cacarejo alegre das poedeiras à volta de seus ninhos.
Sou a pobreza vegetal agradecida a Vós, Senhor,
que me fizeste necessário e humilde.
Sou o milho.

(Colaboração enviada por Paulo Peres – site Poemas & Canções)

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