- Postagens: 337
- Karma: 15
- Obrigados Recebidos: 136
Edite sua assinatura
Para identificação automática em seus posts, use a assinatura do perfil. Para isso vá em Seu Perfil (menu de usuário, a direita no portal) e depois em Editar e Atualizar Perfil. Ali, na guia "Informações de Contato", ao final, há um campo de assinatura. Crie a sua e mantenha ela sempre atualizada!
Se você for um súdito da coroa, use o seguinte formato:
SEU NOME COMPLETO
Súdito da Coroa Italiana.
** Para personalizar sua assinatura, dispomos de um rápido tutorial em "Ajuda" >> "Tutorial Ilustrado", no menu principal do Portal.
Verso & Poesia
- paulovaz74 (paulovaz74)
- Visitante
ERRANTE
Meu coração da cor dos rubros vinhos
Rasga a mortalha do meu peito brando
E vai fugindo, e tonto vai andando
a perder-se nas brumas dos caminhos.
Meu coração o místico profeta,
O paladino audaz da desventura,
Que sonha ser um santo e um poeta,
Vai procurar o Paço da Ventura...
Meu coração não chega lá decerto...
Não conhece o caminho nem o trilho,
Nem há memória desse sítio incerto...
Eu tecerei uns sonhos irreais...
Como essa mãe que viu partir o filho,
Como esse filho que não voltou mais!
Florbela Espanca ( Livro: A Mensageira das Violetas - L&PM Pocket )
Por favor Entrar ou Registrar para participar da conversa.
- paulovaz74 (paulovaz74)
- Visitante
Até agora eu não me conhecia,
Julgava que era eu e eu não era
Aquela que em meus versos descrevera
Tão clara como a fonte e como o dia.
Mas que eu não era eu não o sabia
E, mesmo que o soubesse, o não dissera...
Olhos fitos em rútila quimera
Andava atrás de mim... e não me via!
Andava a procurar-me - pobre louca!-
E achei o meu olhar no teu olhar,
E a minha boca sobre a tua boca!
E esta ânsia de viver, que nada acalma,
É a chama da tua alma a esbrasear
As apagadas cinzas da minha alma!
Florbela Espanca (Livro: A Mensageira das Violetas - L&PM Pocket)
Por favor Entrar ou Registrar para participar da conversa.
- paulovaz74 (paulovaz74)
- Visitante
Na vida nada tenho e nada sou;
Eu ando a mendigar pelas estradas...
No silêncio da noites estreladas
Caminho, sem saber para onde vou!
Tinha o manto do sol... quem mo roubou?!
Quem pisou minhas rosas desfolhadas?!
Quem foi que sobre as ondas revoltadas
A minha taça de ouro espedaçou?!
Agora vou andando e mendigando,
Sem que um olhar dos mundos infinitos
Veja passar o verme, rastejando...
Ah, quem me dera ser como os chacais
Uivando os brados, rouquejando os gritos
Na solidão dos ermos matagais!...
Florbela Espanca
(Livro: A Mensageira das Violetas - Editora L&PM Pocket)
Por favor Entrar ou Registrar para participar da conversa.
- Marli Bionaz (Marli)
- Autor do Tópico
- Desconectado
- Muito Experiente II
Agradeço pela sua contribuição.
Aproveito também para agradecer a todos que têm nos acompanhado e contribuído direta ou indiretamente para manutenção desse empreendimento.
Continue sendo um leitor e colaborador desse nosso projeto.
Forte abraço!!
Por favor Entrar ou Registrar para participar da conversa.
- Marli Bionaz (Marli)
- Autor do Tópico
- Desconectado
- Muito Experiente II
- Postagens: 337
- Karma: 15
- Obrigados Recebidos: 136
Em tudo há poesia.
Só precisamos enxergar
O infinito versejar que nos rodeia,
E nos deixar envolver
Pelos versos que emanam da vida.
– 20ª edição –
O que me dói
(Fernando Pessoa)
O que me dói não é
O que há no coração
Mas essas coisas lindas
Que nunca existirão...
São as formas sem forma
Que passam sem que a dor
As possa conhecer
Ou as sonhar o amor.
São como se a tristeza
Fosse árvore e, uma a uma,
Caíssem suas folhas
Entre o vestígio e a bruma.
Leia também:
Errante (Florbela Espanca)
Eu (Florbela Espanca)
Mendiga (Florbela Espanca)
www.versoepoesia.reinodaitalia.org
Esse espaço é nosso!
Boa leitura!!
Forte Abraço!
Por favor Entrar ou Registrar para participar da conversa.