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SARDENHA

  • PADRE LUCAS BIONAZ (LUCASBIONAZ)
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11 Mai 2020 18:47 - 11 Mai 2020 18:48 #42396 por PADRE LUCAS BIONAZ (LUCASBIONAZ)
SARDENHA foi criado por PADRE LUCAS BIONAZ (LUCASBIONAZ)




SARDENHA















A Sardenha é uma ilha do mar Mediterrâneo ocidental e uma região autónoma da Itália insular, com uma área de 24 100 km² e capital em Cagliari. Em 2017 tinha 1 648 758 de habitantes (densidade: 68,4 hab./km²).

Situada a oeste da península Itálica, sul da Córsega e a norte da Tunísia, entre o mar Tirreno, que banha a costa oriental, e o mar da Sardenha na costa ocidental, a Sardenha é a segunda maior ilha do Mediterrâneo. O estatuto especial de autonomia especial, semelhante ao do Vêneto, instituído em 1948, está consagrado na constituição italiana e garante, além da autonomia administrativa das instituições locais, a proteção das particularidades linguísticas e culturais.

Além dos nuragues, há numerosos monumentos pré-históricos ainda mais antigos, como os domus de janas (tradução: casas de fadas) escavadas em granito, que eram usadas para inumar os mortos, os túmulos de gigantes, de dimensões ciclópicas e muito frequentes no interior da ilha, e monumentos megalíticos, nomeadamente menires.

Segundo alguns estudiosos, a lendária Atlântida poderia ser a Sardenha da época nurágica. O primeiro arqueólogo a defender essa tese foi Paolo Valente Poddighe em 2004.

Os fenícios estabeleceram colônias costeiras a partir do século IX a.C. No século VI a.C. a ilha seria integrada no império de Cartago. Os cartagineses não se limitaram a ocupar as colônias costeiras fenícias e dominaram toda a ilha.

Aos cartagineses seguiram-se os romanos, que em 239 a.C. receberam a ilha na sequência da derrota cartaginesa na Primeira Guerra Púnica. Em 227 a.C., foi constituída a província romana da Córsega e Sardenha. Roma instituiu uma administração forte e bem organizada, cuja eficácia era assegurada por uma rede de estradas muito ramificada, da qual ainda subsistem alguns troços originais e cujo traçado foi em muitos casos retomado pelas estradas atuais.

Na turbulência da queda do Império Romano, a Sardenha é praticamente abandonada à sua sorte no século V, tendo sofrido várias 'razias dos vândalos do norte de África durante 80 anos, entre 460 e 530 d.C. (ou 456-534 segundo outros autores). A ilha faz parte do efémero império vândalo até ser conquistada em 530 ou 534 pelo Império Bizantino. Durante o período bizantino substitui um reino independente na região montanhosa da Barbagia, na parte oriental da ilha que duraria nove séculos.

A partir do século VIII, os árabes e berberes realizaram várias razias à Sardenha, o que contribui para enfraquecer a autoridade de Bizâncio sobre a ilha, cujo governador assumiu uma autoridade independente. Para melhor defesa, ele dividiu a ilha em quatro judicados: Gallura, Logudoro, Arbórea e Caralis. Em 851, esses territórios já eram quatro monarquias independentes que por várias vezes caíram no poder de Génova, Pisa e árabes.

Com diversos sobressaltos, os giudicatis sobreviveram até ao fim do século XIII, altura em que passam a ser territórios controlados pelas repúblicas marítimas italianas de Pisa e Gênova, à exceção do giudicato de Arborea, que permanece independente até 1410 e autónomo até 1478, ano em que é definitivamente conquistado pelos catalães do reino de Aragão.
A 4 de abril de 1297 é formalmente criado pelo papa Bonifácio VIII o "Regnum Sardiniae et Corsicae (Reino da Sardenha e Córsega), o qual é concedido como feudos ao reino de Aragão. Os aragoneses (catalães) só iniciam a conquista efetiva da ilha no século XIV, a qual só terminaria em 1409.
Os aragoneses e catalães só abandonariam a Sardenha no início do século XVIII, altura em que passou para a posse do Sacro Império Romano-Germânico. Em 1718, passou para a posse da Casa de Saboia, os governadores de Piemonte, passando o duque de Saboia a usar o título de rei da Sardenha a partir de 1720. Apesar disso, o território manteve-se autónomo até 1847. Em 1848 estalou a guerra de independência e unidade italiana, a qual foi liderada pelos rei do Piemonte-Sardenha. O reino do Piemonte-Sardenha torna-se o Reino de Itália em 1861.








GEOLOGIA





A geologia sarda é muito interessante, já que as rochas que aí se encontram são das mais antigas da Europa e as mais antigas de Itália. Essa antiguidade explica a não existência de grandes altitudes na ilha, devido à prolongada erosão. A base rochosa da Sardenha meridional data do Pré-Cambriano, mais precisamente à era Paleoproterozoica do éon Proterozoico, facto que está na origem do grande número de explorações mineiras nesta região. No nordeste da ilha encontram-se rochas sedimentares do mesmo período, que demonstram que essa zona esteve submersa. Esses sedimentos permitiram a criação de rochas carboníferas que atualmente são exploradas nas minas de carvão. Também se encontram rochas mais recentes, do éon Fanerozoico, como as rochas vulcânicas presentes em grande quantidade na região ocidental e meridional da ilha.

As formações montanhosas são constituídas principalmente por granito, xisto, basalto (chamado localmente jars ou gollei), arenito e calcário dolomita (chamado localmente toneri).
No passado, tanto a Sardenha como a Córsega estavam ligadas ao continente europeu (placa euroasiática), fazendo parte da cadeia pirenaico-provençal. Por efeito da deriva continental, ambas as ilhas se separaram do continente no período oligocénico, há cerca de 30 milhões de anos.

Contrariamente à Itália continental e à Sicília, a Sardenha não é propensa a sismos.


CLIMA





O clima é mediterrânico, com temperaturas geralmente suaves, até mesmo no inverno, com primaveras e outonos quentes, verões que podem ser muito quentes, chegando mesmo aos 45 graus Celsius, o que é propício à ocorrência dos incêndios frequentes. Em contrapartida, as temperaturas mais baixas nunca são inferiores a 0 grau Celsius. O vento dominante é o mistral, que sopra de noroeste durante praticamente todo o ano, principalmente no inverno e primavera, por vezes com bastante intensidade, o que faz as delícias dos amantes da vela. Sendo geralmente frio e seco, tem um efeito refrescante.

A temperatura média anual na costa é de 18 graus Celsius, variando entre os 14 graus Celsius e os 20 graus Celsius na generalidade da ilha. Ao contrário da vizinha Córsega, a chuva é escassa (entre 400 e 500 milímetros anuais, repartidos por uma média de 40 dias de chuva) e as secas são frequentes. A média anual de dias de sol é de aproximadamente 300, concentrando-se a chuva predominantemente no outono e inverno, com chuvas intensas na primavera.

No centro da ilha o clima tende a ser mais rigoroso, chegando a ocorrer neve no inverno. No sul, a seca pode durar vários meses, à semelhança do norte de África (a Tunísia encontra-se a aproximadamente 200 quilômetros).


DEMOGRAFIA



Com uma densidade populacional e 69 habitantes por quilômetro quadrado, pouco mais do que 30% da média nacional italiana, Sardenha é a quarta região menos povoada de Itália. A distribuição da população era anómala comparada com as outras regiões de Itália junto ao mar, pois ao contrário da tendência geral, as zonas costeiras eram menos densamente povoadas que o interior. As razões históricas para isso incluem os frequentes assaltos de Sarracenos na Idade Média, que tornavam as costas inseguras, a importância económica da pastorícia no interior e a natureza pantanosa das planícies costeiras, as quais só foram secadas no século XX. A situação foi invertida com a expansão do turismo costeiro — hoje todos os principais centros urbanos se encontram junto à costa, enquanto o interior está esparsamente povoado.

Em 2005, a Sardenha era a região italiana com a taxa de fertilidade mais baixa (1,087 filhos por mulher) e a região com a segunda taxa de natalidade mais baixa. Estes fatores, junto com o elevado nível de urbanização da população, contribuem para a preservação de grande parte das áreas naturais. Apesar de tudo a população aumentou nos últimos anos devido à imigração, principalmente da Europa do leste, África, China e América Latina.
A esperança de vida em 2005 era de 81,1 anos (77,7 para os homens e 84,5 para as mulheres). A Sardenha partilha com a ilha japonesa de Okinawa a taxa mais alta do mundo de centenários (pessoas com mais de 100 anos de idade), 22/100 000.


SUPERCENTENÁRIOS



Em outubro de 2004, vários cientistas da Universidade de Montreal foram à Sardenha para aí estudar uma particularidade local recentemente constatada por médicos da ilha: um número importante de homens supercentenários (de idade igual ou superior a 110 anos), algo raro, pois habitualmente são as mulheres que chegam a essas idades tão avançadas e na Sardenha o número de homens supercentenários supera o das mulheres. Segundo os dados verificados por esses estudiosos, não havia registro de quaisquer homens supercentenários no Canadá. O fenômeno também foi objeto de estudo do Groupe d'étude de démographie appliquée (grupo de estudo de demografia aplicada) da Universidade Católica de Louvain, da Bélgica, no âmbito do projeto europeu FELICIE Várias explicações são avançadas para o fenómeno, como o ar das montanhas ou o regime alimentar, mas também fatores genéticos.

PARTICULARIDADES GENÉTICAS

Os sardos não são uma população homogénea do ponto de vista genético e distinguem-se dos outros europeus e populações mediterrânicas por algumas caraterísticas genéticas.

A população da Sardenha apresenta como característica notável o fato de ser muito próxima às populações europeias do Neolítico, praticamente sem influência indo-europeia (ao contrário, inclusive, das demais populações da Itália).

Cerca de 42% dos sardos pertencem ao haplogrupo I (Y-DNA), que é frequente principalmente na Escandinávia, norte da Alemanha e nas regiões da Dalmácia, Bósnia e Herzegovina, Montenegro e Sérvia. O subclado I-M26 do haplogrupo I quase não se encontra fora da ilha, apenas se encontrando em pequeno número entre a população do País Basco e Castela, em Espanha, nas regiões francesas do Bearne e da Bretanha, na Córsega, Inglaterra e Suécia. O haplogrupo I dos indígenas da Sardenha é do subtipo I1b1b, o qual é igualmente raro fora da ilha, encontrando-se apenas na região dos Pirenéus, o que sugere alguma migração de sardos de ou para aquela região. O subtipo sardo está mais aparentado com o das Bálcãs do que com o da Escandinávia. O segundo haplogrupo de cromossoma Y entre a população masculina sarda é o R1b, presente em 22% da população, encontrando-se sobretudo na parte norte, particularmente na Gallura, onde chega aos 37%. O haplogrupo G (Y-ADN) também tem uma distribuição relativamente alta (15%) e supõe-se que pode ter origem em migrações de populações da Anatólia para a Sardenha. O haplogrupo G também tem uma distribuição relativamente alta nos Pirenéus e Alpes, o que mais uma vez poderá indiciar antigas migrações de sardos de ou para aquelas regiões. Os restantes haplogrupos apresentam baixas frequências.


LÍNGUAS



As línguas mais faladas na Sardenha são o italiano e o sardo, uma língua românica claramente distinta do italiano, mais próxima do latim, com influências do fenício, do etrusco, de outras línguas do oriente próximo e inclusive do basco.[26] Embora esteja em decréscimo de falantes, principalmente os jovens de Cagliari, para o italiano, devido a razões oficiais, ainda é muito falada. Cerca de 85% da população compreende o sardo, havendo 8 a 9% que não fala italiano, embora este número esteja em decréscimo. Praticamente todos os sardos são bilingues e usam o italiano e pelo menos outra língua. Mais de um milhão de habitantes fala ao menos uma variante do sardo.

VARIANTES DA LÍNGUA SARDA

Embora haja diversos dialetos, há duas variantes principais de sardo, que por sua vez se dividem cada uma delas em duas subvariantes:

O logudorense (em sardo: Logudoresu em italiano: logudorese), falado na região de Logudoro, no centro da ilha, é a variante menos influenciada por outras línguas, em resultado do isolamento geográfico. Apresenta dois dialetos, o comum e o logudorense do norte. *Ao logudorense associa-se o nuorense (nuorese), falado na região de Nùoro, uma variante mais arcaica.

O campidanês (em sardo: Campidanesu) é falado na região de Campidano e é o mais falado na ilha. No seio do campidanês, por vezes distingue-se o ogliastrino, falado nas regiões de Lanusei, na província de Ogliastra.

SASSARÊS E GALURÊS

No norte da ilha são falados dois idiomas diferente do sardo, considerados línguas aparentadas com o corso pela UNESCO: o sassarês e o galurês. O primeiro é chamado localmente de sassaresu ou sassarese em italiano e é falado na área que vai de Sassari até Porto Torres. O galurês ou galurano é chamado localmente de gadduresu ou gallurese em italiano é falado na região de Gallura e partilha 80% do vocabulário com a subvariante da região corsa de Sartène da variante pumuntincu ou oltramontano da língua corsa. Os restantes 20% do vocabulário são comuns ao sardo.

OUTRAS LÍNGUAS

Estão ainda presentes outras duas línguas românicas: uma variante do catalão oriental medieval, o alguerês, e uma variante do genovês ou lígure, o tabarquino, falado no sudoeste, nas ilhas de Carloforte, Calasetta e San Pietro. O alguerês é falado na região nordeste, à volta da localidade portuária de Alghero (L'Alguer em catalão).


GASTRONOMIA




A cozinha da Sardenha evoluiu de forma peculiar e ainda conserva muitas das suas características antigas. Alguns pratos típicos são:

Culingiones — Uma versão local de ravioli sem carne. O recheio é uma mistura harmoniosa de acelgas, queijo de ovelha Pecorino sardo, noz-moscada e açafrão. Por vezes acompanha-se com molho de tomate e carne picada.

Culurzones — Outra espécie de ravioli recheados com uma mistura de batata, cebola, sêmola e noz-moscada.

Malloreddus (ou gnocchetti sardi) — Variante sarda dos gnocchi ou nhoquess, uma massa de farinha de sêmola, em forma de pequenas conchas de cerca de 2 cm. Em sardo campidanês, falado na Sardenha meridional e centro-meridional, malloreddu é um diminutivo de malloru (touro), pelo que malloreddu significa vitelinhos, porque a sua forma fazia lembrar aqueles animais às populações agro-pastoris.

Porceddu (ou maialetto ou porchetto) — Leitão (porco muito jovem, até 5 kg de peso) assado no forno em em covas feitas cheias de brasas e cobertas com terra. Supostamente é uma tradição dos pastores menos honestos que cozinhavam desta forma os leitões que roubavam a outros pastores. Qundo os porquinhos são maiores, são partidos em dois e grelhados no espeto sobre um fogo de murta. É temperado sal, pimenta, louro, muito alho e murta, podendo também ser demolhado em filu'e ferru, uma aguardente local.

Pane carasau (ou carasatu, carasadu, anche pane 'e fresa ou carta música) — Tipo de pão em forma de disco de massa crocante (o ruído produzido ao mastigá-lo está na origem do nome carta música). É feito à base de farinha de sêmola, trigo ou cevada e levedura (geralmente de cerveja). Acredita-se que a sua origem vem dos tempos nurágicos (1 600 a.C.). A sua longa duração — geralmente pode ser consumido uma no depois de ser preparado — tornava-o muito adequado como alimento para pastores.

Pistoccu —´Espécie de pane carasau, mas mais grosseiro e espesso.
O prato principal das festas é o churrasco de carne, geralmente temperado com murta. Além do leitão (porceddu), também se fazem churrascos com borrego, cabrito e javali.

QUEIJOS

O queijo mais conhecido da ilha é o pecorino sardo, célebre no mundo inteiro e classificado como "Denominação de Origem Controlada". É feito de leite de ovelha (pecora significa ovelha em italiano) de raça autóctone que se alimentam principalmente nas pastagens naturais da ilha. É comercializado em duas versões, a de meia-cura, jovem, mais adocicada e mole, e o maduro, com uma maturação mínima de dois meses, mais duro e de gosto mais forte e picante. A sua forma é circular de faces planas. É habitualmente consumido com pão (pane carasau ou pistoccu). A criação de ovelhas na ilha é uma atividade que remonta aos tempos nurágicos (1 600 a.C.), que foi explorada de forma intensiva pelos cartagineses a partir do século VI a.C.

São produzidas outras variedades de queijo, como o flor sarda, o canestrati, os caprini (estes últimos de cabra) e ainda o peculiar casu marzu, também chamado de casu modde, casu cundhídu ou, em italiano, formaggio marcio. O casu marzu é derivado do pecorino sardo e caracteriza-se pela presença de larvas vivas de mosca-do-queijo, as quais também contribuem para a fermentação. Tem um sabor picante muito intenso e foi descrito por Yaroslav Trofimov em 2000 no The Wall Street Journal como «uma cola viscosa e fétida que queima a língua e pode afetar outras partes do corpo humano». Devido aos diversos problemas que este queijo pode trazer à saúde dos consumidores, a comercialização deste queijo está proibida em Itália. Segundo a tradição sarda só é tóxico se as larvas estiverem mortas, mas o certo é que casu marzu significa "queijo podre" num dos dialetos locais.

DOÇARIA

A doçaria da ilha é sobretudo baseada em amêndoa (os amarettus ou amaretti, os gattò, etc.), em mel e diversas especiarias. Há ainda as pardule (pequenos bolos à base de ricotta [requeijão), chiacchiere (massa frita), aranzata (bolos de laranja), sebadas (massa frita com queijo e limão) e os cardinali (pequenos bolos moles), entre outros.


ECONOMIA



Os recursos económicos da Sardenha são principalmente de dois tipos: os tradicionais, como a pecuária e os novos, como o turismo. Apesar destes, a taxa de desemprego é usualmente muito alta (12% em 2005), sobretudo entre os jovens (22%) em 2005, valores apesar de tudo inferiores aos das regiões do sul da Itália continental. Enquanto esta situação não é resolvida, haverá mal-estar e emigração, assistindo-se a um despovoamento do interior. A União Europeia respondeu aos apelos de ajuda autorizando em 1999 um regime de ajudas ao emprego sob a forma de redução de encargos sociais.

À parte das assimetrias, a Sardenha como um todo encontra-se entre as regiões europeias do sul melhor posicionadas em termos económicos. O desenvolvimento económico é mais notório em regiões interiores das províncias de Cagliari e Sassari. De acordo com o Eurostat, o Produto Interno Bruto em 2007 foi 33 823,2 milhões de Euros. O PIB per capita em 2009 foi de 20 627 €.

A economia da região é penalizada pelos altos custos dos transportes de mercadorias e eletricidade, que são o dobro dos das regiões continentais de Itália.

SETOR PRIMÁRIO

O setor primário é muito importante, especialmente a criação de cabras e ovelhas e o fabrico de queijos, mas também a agricultura em geral e o setor dos vinhos, que têm vindo a ganhar fama internacional.

PECUÁRIA

A pecuária está muito implantada na Sardenha, sobretudo nas regiões montanhosas, pelo que tem uma grande importância não só económica como social. Os rebanhos são principalmente de ovinos e caprinos que produzem carne e leite que é usado para o fabrico de queijo. Em 1999 a ilha tinha 189 000 caprinos. A Sardenha é o principal exportador de queijo para os Estados Unidos e Canadá.

Estão recenseados aproximadamente 15 000 produtores de ovinos e caprinos, os quais procuram aumentar a produção de produtos de maior valor acrescentado, nomeadamente os de Denominação de Origem Controlada e outros tipo de Indicação Geográfica Protegida. Entre as atividades associadas ao melhoramento da produção pecuária da ilha podem-se citar, por exemplo, os estudos levados a cabo pelo Istituto Zootecnico e Caseario per la Sardegna e as associações de produtores pecuários de Nùoro e Cálhari sobre a cabra de raça sarda.

AGRICULTURA

A agricultura é muito diversificada, encontrando-se desde trigo e outros cerais, fruta (citrinos, cereja, etc.), vegetais como alcachofra, açafrão, azeitona para produção de azeite, cortiça, vinha, etc. O vinho é produzido desde os tempos nurágicos.

A agricultura foi modernizada especialmente na planície de Campidano, onde se produzem hortaliças, citrinos e arroz.

A exploração de cortiça ocorre principalmente na parte norte da região de Gallura, na zona de Calangianus e Tempio Pausania, onde existem 130 empresas nesse ramo que tem sido um dos motores do desenvolvimento económico da Sardenha. Todos os anos são extraídos 200 000 quintais de cortiça, sendo 40% do produto final exportado.

PESCA

A pesca é também uma atividade importante, embora não tanto como se esperaria numa ilha — por razões históricas, não há uma tradição marítima assim tão forte. No entanto, é de alguma importância a pesca de enguias, que se pratica desde a Antiguidade e do atum. Os atuns de Portoscuso são exportados para todo o mundo, com destaque para o Japão.

MINAS

A sardenha dispõe de vastos recursos minerais, existindo minas um pouco por toda a ilha. No entanto, a maior concentração encontra-se no sudoeste. Há vestígios de explorações mineiras com mais de 8 000 anos, cuja riqueza contribuiu desde cedo para atrair comerciantes e invasores.

As atividades mineiras mais importantes são o carvão (em Carbonia e Bacu Abis), antimónio (Villasalto), ouro (Furtei), bauxite (Olmedo), chumbo e zinco (Iglesiente, Nurra). Há também explorações de prata.

Ao contrário dos restantes minérios, que foram explorados desde a Antiguidade, principalmente durante o período romano, a mineração de ouro só foi iniciada em 1997, utilizando uma nova técnica desenvolvida na Europa.

A extração de granito é uma indústria florescente no norte da ilha. A região de Gallura tem cerca de 260 empresas que exploram 60 pedreiras de onde é extraído 75% de todo o granito italiano.

A exploração de sal marinho, uma atividade de grande importância no passado, ainda se pratica.


TRANSPORTES



TRANSPORTES AÉREOS

Há voos regulares diretos para as principais cidades italianas, mas também para algumas cidades europeias, principalmente em França, Espanha, Reino Unido e Alemanha. Os voos internos estão limitados a uma ligação diária entre Cálhari e Ólbia.

Os cidadãos da Sardenha beneficiam de tarifas aéreas especiais. Diversas companhias aéreas de baixo custo (low cost) operam na Sardenha, existindo uma, a Meridiana que tem a sua base no aeroporto de Ólbia. A Meridiana foi fundada em 1963 com o nome de Alisarda pelo Agacão IV, Carim al-Huçaini. O desenvolvimento da companhia seguiu o da estância turística (resort) de Porto Cervo, no nordeste da ilha, um sítio famoso frequentado por milionários e estrelas de cinema de todo o mundo.

TRANSPORTES MARÍTIMOS






Os portos de Porto Torres, Santa Teresa Gallura, Ólbia, Golfo Aranci, Arbatax, Palau e Caglari teem serviços regulares de balsa de e para Itália, França e Espanha (Barcelona). Os custos das travessias são em geral semelhantes aos dos voos equivalentes em companhias aéreas de baixo custo.

ESTRADAS

A Sardenha é a única região italiana que não tem autoestradas, mas tem uma rede de estradas bastante desenvolvida, com um sistema de superstrades (super-estradas ou vias rápidas), estradas de quatro faixas sem portagem, que ligam as principais cidades e infraestruturas de transporte. O limite de velocidade é 90 km/h. A estrada principal é a Strada statale 131 Charles Felix (SS131), que liga o sul e o norte da ilha, atravessando as regiões mais povoadas de Sassari e Cálhari; faz parte da estrada europeia estrada europeia E25 e o seu traçado é basicamente o mesmo de de uma antiga estrada romana. A Strada statale 131 Diramazione Centrale Nuorese (SS131 d.c.n) liga Oristano com Ólbia, o interior da região de Nuoro. Outras estradas com grande capacidade de tráfego ligam Sassari, Alghero, Tempio Pausania, Ólbia, Cálhari, Tortolì, Iglesias, Nuoro e Villagrande Strisaili.

Está em curso a conversão das estradas principais em autoestradas, eliminando todos os cruzamentos. As estradas secundárias do interior são geralmente estreitas, com muitas curvas e contracurvas, que implicam limites de velocidade muito baixos.

Os transportes públicos em autocarro servem todas as cidades e localidades de alguma importância pelo menos uma vez por dia. No entanto, devido à baixa densidade populacional, há muitas localidades mais pequenas e remotas que só são acessíveis de automóvel. A companhia pública regional de autocarros é a Azienda Regionale Sarda Trasporti (ARST), mas há diversas outras.

CAMINHOS DE FERRO

O sistema ferroviário da Sardenha foi desenvolvido no século XIX pelo engenheiro inglês Benjamin Piercy. Os comboios ligam toda a ilha.

A Trenitalia, o maior operador ferroviário, explora as ligações entre as cidades maiores e com a península Itálica através de ferries. A rede da Trenitalia é a mais moderna da ilha, sendo operada principalmente por locomotivas diesel como a Alstom "Minuetto", estando prevista para 2012 a introdução de comboios pendulares como o espanhol CAF da classe 598.

O outro operador ferroviário é a ARST Gestione FdS, mais conhecida como Ferrovie della Sardegna ou FdS, que opera linhas de via estreita com comboios geralmente muito lentos, exceto as linhas eletrificadas de tram-trenos (metropolitano de superfície) das áreas metropolitanas de Sassari (Metrotranvia di Sassari) e Cálhari.

Uma forma interessante de descobrir a ilha é usar o trenino verde (o "comboiozinho verde"), um comboio a vapor reposto aos serviço com locomotivas e carruagens renovadas que percorre as áreas mais selvagens da ilha. Apesar da lentidão, oferece, os passageiros desfrutam de vistas magníficas impossíveis de ver das estradas principais.


AMBIENTE





Devido a sua baixa densidade populacional, a Sardenha permaneceu bastante selvagem, apresentando uma grande diversidade de fauna e flora, com numerosas espécies endêmicas devido aos seu isolamento. Um estudo levado a cabo por uma equipa da Universidade de Cagliari enumerou 65 espécies vegetais com propriedades medicinais só na região de Fluminimaggiore, no sudoeste da ilha.
A abundância de sardinha nas costas da ilha está na origem do nome em latim deste peixe (sardina, "da Sardenha"). A costa é igualmente rica em crustáceos.
A ilha tem algumas leis ambientais e, após um gigantesco plano de reflorestação, tornou-se a região italiana com a maior extensão de floresta (1 213 250 ha). O plano de ordenamento do território proíbe novas construções na costa fora dos centros urbanos, perto de florestas, lagos ou outros locais de interesse ambiental ou cultural e a agência de conservação do governo regional Conservatoria delle Coste assegura a proteção das áreas naturais costeiras da Sardenha. As energias renováveis desenvolveram-se notavelmente em anos recentes, especialmente a energia eólica, favorecida pelo clima ventoso, mas também a energia solar. O Nobel da Física Carlo Rubbia lidera o projeto da criação de uma central térmica solar e de biocombustíveis baseados em óleo de Jatropha (pinhão manso ou purgueira) e óleo de colza.

PARQUES NACIONAIS:

1. Asinara, na ilha do mesmo nome, no noroeste. 41° 03′ 29″ N, 8° 16′ 34″ L Apesar da reduzida dimensão (o comprimento máximo da ilha é 17,5 km e a largura máxima é 6,14 km), as paisagens são muito diversificadas e tem também vestígios históricos importantes, como um campo de prisioneiros da Primeira Guerra Mundial.

2. Arquipélago de Maddalena, no nordeste 41° 13′ 47,98″ N, 9° 25′ 00,34″ L. É um parque marinho, um dos mais ricos do Mediterrâneo em espécies raras, muitas delas protegidas. Igualmente importante em termos históricos, nomeadamente pelos restos de naufrágios romanos. Numa das ilhas do arquipélago, Caprera está sepultado o herói da unificação de Itália, Giuseppe Garibaldi, que aí viveu de 1854 até à sua morte em 1882.

3. Gennargentu, na costa centro-leste 39° 59′ 23″ N, 9° 19′ 29″ L. É único na Sardenha pelos seus sítios arqueológicos, como, por exemplo, a gruta de Corbeddu, onde foram descobretas as ossadas humanas mais antigas da ilha, do Paleolítico inferior.

Parques naturais regionais:

4. Limbara — situado na província de Sassari, é notável pela sua população de sobreiros.

5. Marghine e Goceano

6. Sinis - Montiferru

7. Monte Arci — maciço montanhoso de origem vulcânica.

8. Giara di Gesturi — planalto de altitude com 30 km² onde vivem os pequenos mas possantes cavalos selvagens sardos.

9. Monte Linas - Oridda - Marganai — maciço montanhoso com aproximadamente 1000 m de altitude que se encontra no sul da ilha, perto da comuna de Villacidro, onde vivem muflões sardos e veados-da-córsega.

10. Sette Fratelli — Monte Genas

11. Sulcis — maciço montanhoso no sudoeste da ilha.

12. Porto Conte-Capo Caccia — perto de Alghero, alberga aproximadamente 35 espécies de mamíferos e 135 de aves marinhas e terrestres, entre as quais se destacam o falcão-peregrino, a maior parte delas a viver nas falésias. Também aí se encontram numerosas espécies florais endémicas. Nas falésias há grutas importantes, tanto imersas como emersas, mas a maior parte delas estão fechadas ao público.

13. 'Molentargius — Marisma de Cálhari, com lagoas de água doce e salgada e um complexo arqueológico-industrial. Aí se encontram populações importantes de flamingos rosados que aí se instalaram somente a partir dos anos 1990.

Existem também 60 reservas de vida selvagem, 5 oásis do World Wide Fund for Nature e 25 monumentos naturais.





PADRE LUCAS BIONAZ


BARONE DI LECCE


PRESIDENTE FONDATORE DELLA REALE ACCADEMIA ITALIANA DI GEOGRAFIA


SEGRETARIO-GENEREALE E FONDATORE DELLA PONTIFICIA ACCADEMIA ITALIANA DI MUSICA SACRA - MARCO FRÍSINA


AMMINISTRATORE DELLA PARROCCHIA DI SANTA MARIA MADALENA


SUDDITO DELLA CORONA ITALIANA


IN VERBO AUTEM TUO
Last edit: 11 Mai 2020 18:48 by PADRE LUCAS BIONAZ (LUCASBIONAZ).
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