CICLOS

Ciclos se iniciam e se fecham. Nada mais certo para quem nasce é que um dia irá morrer. E durante toda a vida outros tantos ciclos serão iniciados e finalizados. A diferença é como se iniciam, se desenvolvem e terminam.


Sempre tive muito de mudanças. Tinha muita vontade, desde sempre, de fazer tantas coisas que pareciam ser importantes ou, simplesmente, legais. Mas, na maioria das vezes, era subjugado pelo medo. Acontece que, às vezes, nos vemos sem muitas opções. Ou sem nenhuma opção digna de nossa condição humana. Afinal de contas, a dignidade de todo ser humano é um dom inalienável que vêm diretamente de Deus. E, portanto, preciso zelar pela minha, bem como a todos os demais.


Não faz muito tempo, no início do ano de 2017, depois de terminar, de forma bastante frustrante, um ciclo de minha vida, iniciei a raciocinar em como iniciar o próximo. Certamente não escreverei uma auto biografia dos últimos 43 meses. Refletirei, somente, sobre a urgente necessidade de não se deixar levar pelo medo. Não importa seu tamanho. Não importa a gravidade das dificuldades. Não importa o quanto se sofre. Nem menos importa o quanto se chora. Tudo isso é verdadeiramente superável. A única coisa que importa é saber quem somos (somos todos filhos de Deus. Ou seja, fomos criados pelo amor para vivermos segundo o amor) e o queremos fazer da única vida que Deus nos deu. É preciso, também, e acima de tudo, acreditar e compreender os sinais que Ele nos dá. Sobretudo, através de nossa intuição. Pois Ele nos fala em nosso coração. Basta aprender a ouvi-lo.


Hoje, 04 de Agosto de 2020, parto para Londres, sem falar o inglês, em meio a uma pandemia. Logo após ter habitado na Itália por aproximadamente 13 meses. Ter alcançado o reconhecimento da minha cidadania italiana. E, sobretudo, de ter feito bons e importantes amigos. Com os quais vive experiências fraternas inigualáveis. Estou convencido que a alguns anos atrás eu certamente não embarcaria para o Reino Unido. Ou, ao menos, deveria estar preocupadíssimo devido às mudanças e os graves problemas gerados pelo COVID-19. Mas, não estou. E, certamente os méritos não são meus. São de Deus. Meus únicos méritos, foram: acreditar n'Ele e arriscar. Bastou iniciar. Depois que dei o primeiro passo, aos poucos, Ele mesmo mostrou, lentamente, os próximos.


Não sei como será o futuro. Outros e maiores desafios surgirão. Terei medo. Provavelmente muito medo. Mas, hoje, ele certamente não é mais dominante. Sei, por graça divina, que ele, o medo, é necessário. É, em grossas palavras, um convite à prudência. Porém, jamais deve nos dominar. Um novo ciclo está se iniciando. Não faço a menor idéia como será. Sobretudo, porque sempre desejei controlar ou ao menos conhecer meu futuro. Não quero mais. Pelo contrário. Hoje desejo ser surpreendido e maravilhado todos os dias. Pretendo viver o presente que Deus me dá a cada batida do coração. Coração cheio de dor, de medo, de preocupações. No entanto, continuamente refrigerado pelo amor de Deus que é capaz de curar toda e qualquer situação de morte!


Vou!


Vou com Deus!


Vou feliz!


Cheguei na Itália bem.


Mas saio muito melhor.


Simplesmente porque estou aprendendo que devo amar a Deus sobre todas as coisas e ao meu próximo como a mim mesmo!



Enviado de meu moto g(6) plus usando o Tapatalk