Patronos

Immortali,

Dando andamento ao proposto por Sua Alteza o Duque de Ávola, poderíamos escolher nossos patronos.
Minha proposta é a seguinte: 1. escolher os patronos; 2. cada um escreve um pequeno texto sobre o patrono escolhido (um tipo de apologia); 3. atualizamos o site da RAL com os nomes dos patronos e dos Imortais que ocupam suas cadeiras com um link para os textos. Acredito que isso, ao mesmo tempo em que enriquece o site da Academia, também passa a ser uma produção textual nossa para o patrimônio cultural do Reino.

O patrono da Academia, Dante Alighieri - poderíamos escrever um texto a 4 mãos (somos 4, é isso né?).

1. Sua Alteza o Duque de Ávola escolheu como patrono a Mircea Eliade.

2. Eu escolho como patrono a Paolo Orsi.

O que acham?
Att.

Caros,
Segue o texto que produzi sobre Paolo Orsi para compor o sítio oficial da Academia.


“Vejo o mestre: personalidade alta e sólida, a nobre cabeça erguida, testa larga, poucos cabelos modelados sobre o crânio, barba grisalha, postura rígida, quase militar, facilmente confundido com um oficial; mas um sulco profundo na testa e olhos penetrantes bem revelam nele um homem de saber e ciência, acostumado com o longo e contínuo trabalho de pensamento. A conversa lenta, medida, clara, que traduz o caráter do homem, direto e preciso, que atravessa o trabalho sem demora ou fadiga, com metas nítidas.
Sua vida austera, de uma simplicidade franciscana, que evitava todas as honras e teatrais popularidades, lhe permitiu trabalhar em silêncio em locais distantíssimos. Onde quer que fosse, deixou sua marca profunda, pois nada escapou de seus olhos, à sua aguda observação; seus estudos se concentraram em publicações límpidas e fundamentais que ilustram regiões inteiras e períodos obscuros, nunca tentados antes dele, e os quais reviveu e deu eloquência após milênios de silêncio” (Enrico Gagliardi. "Quaderno della rivista Trentino", Trento, 1936, XIV, n. 8).
Assim Paolo Orsi foi retratado por Enrico Gagliardi, também arqueólogo e seu amigo, quem lhe hospedou em Monteleone di Calabria (hoje Vibo Valentia), quando Orsi lá realizou escavações no início do século XX.
Paolo Orsi narceu em Rovereto em 17 de Outubro de 1859, cidade que, na época, era parte do Império Austro-Húngaro, o que pôs em contato com as tradições intelectuais da Europa Central. Em Viena estudou História Antiga e Arqueologia, estudos que continou na Universidade de Pádua e em Roma, onde foi laureado. Em seguida, frequentou a Real Escola de Arqueologia, em Roma, a Escola de Arte Clássica, em Bolonha, e Paleontologia, novamente em Roma.
Por pouco tempo lecionou e dirigiu as seções de Antiguidade e Belas-Artes do Liceu de Alatri, na província de Roma. E em seguida, na Biblioteca Nacional Central de Firenze.
Em 1890 foi enviado a Siracusa, na Sicília, onde se dedicou ao estudo da Pré-História, com especial atenção aos povos sículos e sicanos, quando escavou os centros da Idade do Bronze de Thapsos, Pantalica, Stentinello, Castelluccio, e as cidades gregas de Gela, Naxos e Mégara Hibléia, assim como, descobriu a antiga Casmene. Grande parte do conhecimento que hoje temos sobre a os grupos não gregos da Sicília é resultado dos trabalhos de Orsi.
Em 1907 foi indicado para organizar a Superintendência da Calábria com sede em Regio Calabria, contribuindo para o nascimento do grande Museu Nacional da Magna Grécia; na mesma época trabalhou nas escavações de Régio, Locres, Crotona e Síbaris, onde realizou importantes estudos sobre a Magna Grécia; e escavou por muitos anos em Monteleone di Calabria.
Em sua juventude, Orsi se dedicou a diversos tipos de pesquisas, um estudioso versátil, interessado nos mais diversos aspectos da Antiguidade, que rendeu estudos que marcam a posição original e surpreendentemente moderna no panorama da época.
Após ser nomeado superintendente pela Calábria em 1924, continuou se concentrando nos estudos sobre a Sicília, refutando nomeações à cátedras universitárias. No mesmo ano foi nomeado senador do Reino da Itália, por “alto mérito científico”. Suas obras fundamentais levaram-no a vencer o Grande Prêmio de Arqueologia da Academia do Lincei.
Mas Orsi nunca se gloriou desses títulos. O amor pela História e pela Arqueologia o fizeram renunciá-los, apresentando-se sempre como um homem simples, franciscanamente severo e reservado, dedicado, com felicidade, aos estudos sobre a Antiguidade da Sicília.
Mesmo após sua transferência para o Museu da Magna Grécia – ou suas passagens pelas universidades de Torino, Pávia, Milão e Catânia – Siracusa sempre foi sua pátria de eleição, onde, como se dizia, “era devedor de sua glória”. Orsi, arqueólogo e estudioso de notável fama, fez por merecer o título de “Schliemann de Siracusa” (do grande arqueólogo alemão que descobriu e escavou Tróia e Micenas).
O rigor metodológico seguido por Orsi na documentação e no estudo dos repertórios através do confronto tipológico e da valorização do contributo das diversas disciplinas naturalísticas à análise propriamente arqueológica; ao qual não eram estranhos, por um lado, a tradição positivista, e por outro, um influxo filológico assimilado a partir de sua formação vienense. De onde emerge, anos antes que o método estratigráfico se difundisse por toda a Europa, um método de escavação inovador, que se situa entre os precursores da Arqueologia estratigráfica.
O rigor e a inovação científicas, a fluidez e sensibilidade de sua escrita e a importância de Orsi no quadro dos grandes pensadores italianos, assim como as preocupações intelectuais do Imortal Ocupante dessa cadeira nessa Ilustre Real Academia de Letras da Itália, foram, assim, decisivos na escolha de Paolo Orsi como seu Patrono.

Excelente iniciativa!

Tratarei de compor o texto sobre o patrono que escolhi.

Interessante a ideia do texto a quatro mãos! Podemos marcar uma seção no chat para debater e viabilizar isso, ou mesmo, caso seja complicado o encontro no chat, usar o tópico para podermos debater como estruturar o texto.

Assim que tiver o texto sobre Mircea Eliade o publico aqui.

Atenciosamente,

Como meu Patrono eu esclho Leonardo Da Vinci. Em brve apresento meu texto